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    eleições nos eua

    Com ataques a Hillary e promessa de reviver país, Trump aceita candidatura

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    MARCELO NINIO
    ENVIADOS ESPECIAIS A CLEVELAND

    21/07/2016 23h44 - Atualizado às 01h27

    Há quase 13 meses, Donald Trump desceu as escadas rolantes de sua Trump Tower de Manhattan e anunciou sua intenção de ser o 45º presidente dos EUA. Antes, deu um atestado de óbito para o sonho americano: "Tristemente, ele está morto".

    Na quinta (21), último dos quatro dias da Convenção Nacional Republicana, de onde sai candidato oficial do partido à Casa Branca, ele descreveu uma nação na UTI e apresentou a fatura para colocá-la de volta nos trilhos.

    Mike Segar/Reuters
    O candidato republicano à Presidência Donald Trump aceita sua candidatura à Casa Branca nesta quinta
    O candidato republicano à Presidência Donald Trump aceita sua candidatura à Casa Branca nesta quinta

    "Não podemos mais bancar ser tão politicamente corretos", afirmou Trump, num discurso em que se vendeu como líder disposto a tomar medidas extremas para proteger seus cidadãos.

    Ao som dos Beatles ("Here Comes the Sun"), a filha Ivanka Trump, que já o havia apresentado no primeiro dia de sua campanha, introduziu o pai como alguém "incapaz de pensar pequeno".

    Lembrou de, quando pequena, brincar de Lego no escritório do magnata e o aclamou por erguer um império imobiliário com "pecinhas" feitas de aço e concreto.

    A imagem de homem que pode reconstruir os EUA foi a tônica da fala de Trump, repleta de ataques a Hillary Clinton, a ser oficializada candidata democrata na convenção da próxima semana.

    Se eleita, disse, a ex-secretária de Estado no governo Barack Obama trará um legado de "morte, destruição e fraqueza" à nação.

    Afirmou "estar certo" que Obama "realmente se arrepende" de nomeá-la para o cargo, "após 15 anos de guerras no Oriente Médio, trilhões de dólares gastos e milhares de vidas perdidas".

    "Os problemas que enfrentamos agora —pobreza e violência em casa, guerra e destruição no exterior— vão perdurar apenas enquanto continuarmos a depender dos mesmos políticos que os criaram."

    Após numerosos elogios à polícia, alvo de recentes ataques por negros descontentes com a truculência dos agentes, ele acusou Obama de "usar o púlpito da presidência para nos dividir por raça e cor".

    AMERICANISMO

    Trump começou a campanha desacreditado por republicanos e democratas, mas emergiu com um discurso contra a política tradicional. "A América é uma nação de sonhadores e realizadores sendo liderada por censores, críticos e cínicos", disse.

    "Lembrem-se: todas as pessoas dizendo que você não pode ter o país que quer são as mesmas dizendo que eu não estaria aqui hoje à noite."

    Em seu mais crucial discurso até aqui, elencou como prioridade "fazer a América forte, orgulhosa e segura de novo", em variações do slogan "Fazer a América Incrível de Novo" —que virou tema musical na arena que abriga o espetáculo republicano, que será encerrada com a queda de 125 mil balões vermelhos, azuis e brancos sobre a audiência.

    Repetiu um de seus bordões prediletos, "a América em primeiro lugar", aceno a políticas protecionistas numa eventual Casa Branca sua. "Americanismo, não globalismo, serão nosso credo."

    Depois de "fazer bilhões de dólares" como empresário, ele prometeu "fazer nosso país rico de novo".

    Prometeu linha-dura, lembrando os recentes ataques terroristas nos EUA e no exterior e conflitos domésticos agravados pela tensão racial. "Tenho uma mensagem a cada pessoa que ameaça a paz nas nossas ruas e a segurança de nossa polícia: quando fizer meu juramento [presidencial] no ano que vem, vou restaurar a lei e a ordem."

    Seus planos mais polêmicos, como a construção do muro na fronteira com o México, foram mencionados. Trump, que há um ano chamou mexicanos de "estupradores" e "traficantes", voltou a responsabilizar imigrantes pela criminalidade, ainda que com palavras mais suaves.

    A plateia o reverenciou nessa parte, num coro de "construa o muro!", em referência à prometida barreira com o México. "Teremos compaixão por todos. Mas minha maior compaixão será com nossos próprios cidadãos em apuros."

    A noite terminou com seus cinco filhos e a mulher, Melania, se juntando a ele no palco, assim como o vice Mike Pence e sua família. Nas caixas de som, os versos dos Rolling Stones: "You Can't Always Get What You Want" (você não pode sempre ter tudo o que quer).

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