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    Hillary Clinton precisa ser eleita presidente, diz ex-rival Bernie Sanders

    MARCELO NINIO
    ENVIADO ESPECIAL À FILADÉLFIA

    26/07/2016 00h37

    Bernie Sanders travou uma disputa inesperadamente acirrada com Hillary Clinton pela candidatura democrata à Casa Branca e muitos de seus seguidores ainda não aceitaram sua derrota. Mas nesta segunda (25), no primeiro dia da convenção democrata, Sanders deixou a rivalidade de lado e colocou sua "revolução" a favor de Hillary.

    "Qualquer observador objetivo conclui, com base em suas ideias e sua liderança, que Hillary Clinton precisa se tornar a próxima presidente dos Estados Unidos", afirmou, levantando uma onda de aplausos e gritos na arena Wells Fargo (Filadélfia), onde acontece a convenção.

    O entusiasmo abafou por um momento a revolta de alguns de seus seguidores, que horas antes chegaram a vaiá-lo quando ele defendeu o apoio a Hillary.

    Sanders pouco mudou o discurso que manteve ao longo das primárias, em defesa da classe média, dos trabalhadores e do meio ambiente, com ataques aos abusos dos banqueiros de Wall Street e ao conservadorismo dos rivais republicanos. Donald Trump, o candidato republicano que Hillary enfrentará em novembro, foi um dos principais alvos.

    "Enquanto Donald Trump está ocupado insultando um grupo depois de outro, Hillary Clinton entende que nossa diversidade é uma de nossas grandes forças", disse. "Hillary Clinton será uma presidente extraordinária e eu tenho orgulho de estar a seu lado".

    Horas antes do discurso, num encontro com seguidores, Sanders havia sido alvo de vaias ao pedir apoio a Hillary na disputa contra Trump.

    Embora o foco do senador tenha sido os ataques ao magnata, alguns de seus simpatizantes expressaram revolta com a disputa nas prévias democratas em que Hillary saiu vencedora, principalmente depois do vazamento de e-mails que indicam tentativas da liderança do partido em sabotar Sanders.

    "Irmãos e irmãs, este é o mundo real", disse, tentando acalmar os revoltados e apelando ao pragmatismo. "Trump é um valentão e um demagogo". Os insatisfeitos não se convenceram. "Ela roubou a eleição", gritaram alguns.

    Já na convenção, as mesmas palavras de Sanders foram recebidas com a arena explodindo em apoio. O senador de Vermont reconheceu que tem diferenças com Hillary, "assim é a democracia", afirmou. Mas lembrou que com a pressão exercida por ele e os 13 milhões de votos que recebeu nas prévias, o Partido Democrata havia adotado a plataforma mais progressista de sua história.

    Depois de uma disputa inesperadamente acirrada com Hillary nas prévias democratas, Sanders relutou em manifestar seu apoio a ela, mesmo depois de já ter sido derrotado matematicamente. A demora desagradou a cúpula democrata, ansiosa para projetar uma imagem de união do partido.

    Sanders finalmente endossou Hillary mais de um mês depois de ela ter selado a vitória, embarcando na campanha com a promessa de fazer todo o possível para ajudar a bater Trump.

    O apoio foi facilitado pela inclusão de algumas propostas de Sanders na plataforma democrática, como a gratuidade das faculdades públicas para famílias com renda abaixo de US$ 125 mil (R$ 412 mil) e a elevação do salário mínimo de US$ 7,25 (R$ 23,80) para US$ 15 (R$ 49,20).

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