A explosão de um caminhão-bomba reivindicada pelo Estado Islâmico deixou quase 50 mortos e dezenas de feridos na cidade síria de Qamishli, no nordeste do país, nesta quarta-feira, matando ao menos dezenas pessoas e ferindo outras 170, de acordo com a TV estatal e um grupo de monitoramento da violência.
O Observatório Sírio para Direitos Humanos, sediado na Grã-Bretanha, disse que a explosão foi a pior na cidade nos últimos anos. Mais de 40 pessoas morreram.
Rodi Said/Reuters | ||
Mulher chora a perda de parentes após explosões em Qamishli, cidade de maioria curda na Síria |
Segundo o grupo monitor, a explosão ocorreu em um área próxima ao quartel-general das forças de segurança curdas que controlam a maior parte da província de Hasaka, onde fica Qamishli.
Em um comunicado, a facção extremista disse que o ataque foi lançado por um suicida com um caminhão repleto de explosivos em resposta aos ataques contra a cidade de Manbij, um reduto do EI na província de Aleppo.
A agência Amaq, um órgão de propaganda vinculado ao EI, informou que o alvo do ataque era um edifício do Estado-Maior das forças curdas em Qamishli.
Trata-se do pior atentado e do mais mortífero já sofrido nesta cidade desde o início do conflito, em março de 2011.
Ao menos 44 pessoas morreram e 140 ficaram feridas no ataque contra edifícios da administração autônoma curda nesta cidade síria, segundo o último balanço dos meios de comunicação oficiais.
A televisão nacional síria informou sobre um "atentado terrorista" que, segundo a agência oficial Sana, deixou "44 mortos e 140 feridos, vários deles em estado grave".
Em um balanço anterior, a televisão indicou ao menos 31 mortos e 170 feridos e explicou que as operações de resgate prosseguem.
Por sua vez, o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) anunciou ao menos 14 mortos e várias dezenas de feridos.
As imagens do atentado mostram uma zona devastada, repleta de escombros, e vários edifícios danificados.
MAIOR ATENTADO
Segundo um jornalista da AFP que cita uma fonte das forças de segurança curdas (Assayech), "trata-se do maior atentado cometido na cidade" de Qamishli, que deixou danos consideráveis e corpos entre os escombros.
Na zona do atentado eram observadas cenas chocantes, com os feridos correndo em busca de ajuda em meio à fumaça provocada pelos vários focos de incêndio.
Um homem corria coberto de sangue com uma criança, suja de sangue e poeira, nos braços.
Mais adiante uma mulher chorava e gritava junto a duas crianças emudecidas, em estado de choque.
Segundo a mesma fonte, um suicida que estava em um grande caminhão detonou seus explosivos perto de um posto de controle próximo a uma zona com vários edifícios da administração autônoma, instalados pelos curdos nos territórios que controlam no noroeste da Síria.
Um dos imóveis abriga o organismo curdo de defesa.
A fonte também falou de hospitais lotados devido ao grande número de vítimas.
CONFRONTOS
A televisão nacional síria indicou que o governador da província de Hassake, onde se localiza Qamishli, fez um apelo à população para que doe sangue às vítimas nos hospitais públicos e privados.
Os primeiros relatos informavam sobre dois atentados, mas segundo fontes em Qamishli e do OSDH a explosão do caminhão provocou uma segunda deflagração de um depósito de gás.
A maior parte da província de Hassake está controlada pelas forças curdas que estabeleceram uma "administração autônoma", enquanto as forças governamentais sírias controlam o aeroporto e alguns bairros de Qamishli.
O resto da província está nas mãos das Unidades de Proteção do Povo Curdo (YPG), a principal força militar curda, que em março anunciaram a criação de uma zona autônoma no nordeste da Síria.
Os combatentes curdos estão na linha de frente do combate ao grupo Estado Islâmico (EI) e conquistaram vitórias no norte e no leste da Síria, que levaram os terroristas a responder com ataques suicidas.