• Mundo

    Monday, 29-Apr-2024 12:54:43 -03

    Homem que atirou em Reagan, em 1981, deixará o hospital psiquiátrico

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    27/07/2016 11h20 - Atualizado às 17h32

    O homem que tentou assassinar o presidente americano Ronald Reagan (1911-2004), há pouco mais de 35 anos, recebeu permissão da Justiça para deixar o hospital psiquiátrico onde vive em Washington.

    John Hinckley Jr., autor de disparos do lado de fora de um hotel que feriram Reagan e outras três pessoas, está pronto para viver em comunidade, afirmou o juiz Paul L. Friedman nesta quarta-feira (27).

    Hinckley Jr. não foi considerado culpado pela tentativa de assassinato do então presidente por razão de insanidade.

    Há anos, os médicos dizem que Hinckley Jr., 61, não está mais atormentado pela doença mental que o levou a atirar em Reagan, em uma tentativa de chamar atenção da atriz Jodie Foster, por quem era obcecado.

    A liberação do hospital por tempo integral se deu após um processo de mais de uma década. Em 2003, a Justiça permitiu que Hinckley Jr. deixasse o hospital para visitas de um dia com seus pais, na área de Washington.

    Três anos depois, ele foi liberado para visitar a casa de seus pais, na Virgínia, por períodos de três noites. Ao longo dos anos, esse período foi estendido e, no ano passado, ele foi autorizado a ficar 17 dias por mês na casa.

    Nesse tempo fora do hospital, Hinckley Jr. teve que cumprir certas condições, e muitas delas serão mantidas.

    O juiz determinou que o autor dos disparos viva pelo menos um ano com sua mãe, Jo Ann, 90. Se a equipe que acompanha Hinckley Jr. aprovar, depois desse prazo, ele poderá viver sozinho.

    Várias outras condições foram impostas para a liberação de Hinckley Jr., como visitas mensais a um psiquiatra em Washington, a proibição de tentar contato com Foster ou com familiares de Reagan e o veto ao uso de drogas ou bebidas alcoólicas. Ele também não pode ter uma arma.

    A liberação de Hinckley Jr. pode ocorrer já a partir de 5 de agosto.

    VIDA FORA

    Documentos da Justiça mostram que ele tem tido uma vida movimentada, com trabalhos voluntários na igreja e em um hospital psiquiátrico, participação em debates em um museu local de artes e em shows.

    Seus hobbies incluem pintura, violão e fotografia. Hinckley Jr. já manifestou interesse em trabalhar em tempo integral, e já foi a um Starbucks e um Subway para conversar sobre uma potencial vaga.

    "Não gosto de ficar passando os canais da TV, quero fazer coisas", disse ele, segundo um documento judicial. Ele também afirmou que quer "se integrar" e ser "um bom cidadão".

    Além de ferir Reagan, Hinckley Jr. atingiu James Brady, porta-voz do presidente, um policial e um agente do serviço secreto americano.

    O ataque alavancou o movimento para o controle de armas no país. Brady e sua mulher, Sarah, fundaram uma campanha contra violência por armas de fogo.

    A decisão desta quarta (27), de autorizar a saída de Hinckley Jr. do hospital, foi criticada por Patti Davis, filha do presidente —Reagan morreu em 2004, aos 93 anos de idade.

    Davis afirmou que acredita em perdão, mas que perdoar alguém não significa deixar a pessoa "livre na Virgínia para perseguir agendas sombrias que ela ainda possa ter". A filha de Reagan disse não estar surpresa com a decisão, mas que seu "coração está doente".

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024