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    Autor de ataque a padre já estava em lista antiterrorismo da polícia francesa

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    28/07/2016 08h35

    HO/AFP
    O padre Jacques Hamel, 85, morto nesta terça (26) por dois radicais islâmicos
    O padre Jacques Hamel, 85, morto nesta terça (26) por dois radicais islâmicos

    O segundo envolvido no assassinato de um padre na região da Normandia era um jovem de 19 anos considerado um potencial extremista islâmico pelos serviços de segurança da França, de acordo com fontes do Judiciário e da polícia local à Reuters nesta quinta-feira (28).

    A partir de exames de DNA, a polícia identificou o homem como Abdel-Malik Nabil Petitjean, um francês nascido na cidade de Saint-Die-des-Vosges, no nordeste do país. Ele foi à Turquia no último mês para tentar ir a Síria, mas não conseguiu entrar no país, segundo um funcionário da segurança francesa.

    O policial disse ainda que o terrorista retornou então a terra natal e foi colocado numa lista especial de segurança no final de junho. Também de acordo com o agente, ele é o homem não identificado de uma foto distribuída para a polícia no dia 22 de julho com o aviso de que o jovem estaria planejando um ataque.

    As revelações alimentam críticas de membros da oposição francesa ao presidente François Hollande, que não teria feito o suficiente para impedir a ação dos terroristas, já que estavam sob vigilância da polícia.

    Na terça (26), Petitjean e Adel Kermiche, o primeiro homem a ser identificado como autor do ataque, interromperam uma missa na cidade de Saint-Etienne-du-Rouvray e forçaram o padre Jacques Hamel, 85, a se ajoelhar. Em seguida, degolaram o religioso. Os dois, que foram mortos pela polícia, ainda mantiveram outras cinco pessoas como reféns e feriram gravemente uma delas.

    O Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque, que disse ter sido realizado por "dois soldados" do grupo. O governo afirmou que cerca de 10 mil pessoas são alvos dos chamados "arquivos S", relacionados a atividades terroristas na França. Kermiche também era conhecido dos serviços de inteligência depois de tentar chegar à Síria mais de uma vez para se juntar a grupos extremistas.

    Kermiche, 19, usava uma pulseira eletrônica e esperava julgamento por participar de uma organização terrorista. Ele foi solto sob fiança e tinha direito a quatro horas diárias de atividades externas. Foi durante esse período que ele perpetrou o ataque à igreja no norte da França.

    A mãe de Petitjean, Yamina, disse à emissora local BFM TV que seu filho nunca havia falado sobre o Estado Islâmico. Três pessoas ligadas ao jovem foram detidas, incluindo um adolescente de 16 anos, que continua sob custódia.

    O ataque desta última terça acontece menos de duas semanas do ataque ocorrido em Nice, no sul do país, no qual um tunisiano invadiu as comemorações do dia da Bastilha com um caminhão, matando 84 pessoas.

    GUARDA NACIONAL

    O presidente francês anunciou nesta quinta-feira a criação de uma Guarda Nacional para ajudar as forças de segurança a lutar contra os atentados.

    "O presidente da República decidiu que a Guarda Nacional será formada por reservistas operacionais existentes", indicou o governo em um comunicado após o encontro entre Hollande e parlamentares especializados no tema.

    Essa Guarda Nacional deve funcionar a partir do meio de setembro. Até agora o mandatário havia falado em aumentar as reservas da Gendarmaria, da polícia e das que já existem no Exército de terra, ar e da marinha, para apoiar o trabalho das forças de segurança, sob pressão há 18 meses devido a uma série de atentados.

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