• Mundo

    Wednesday, 01-May-2024 16:27:18 -03

    Rebeldes impedem saída de civis da cidade de Aleppo, no norte da Síria

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    29/07/2016 08h27

    Abdalrhman Ismail/Reuters
    Bombeiro tenta apagar incêndio de um carro que foi atingido por uma bomba na cidade de Aleppo, no norte da Síria, nesta quinta-feira
    Bombeiro apaga incêndio causado por bomba em Aleppo, na Síria, sitiada desde meados de julho

    Apenas alguns moradores de Aleppo puderam deixar os bairros da cidade síria no norte do país antes que grupos rebeldes os impedissem de utilizar os corredores habilitados pelo governo e pela Rússia, informou uma ONG nesta sexta (29).

    Com a abertura desses corredores, o governo tenta esvaziar os bairros, onde vivem 250 mil pessoas, para retomar com maior facilidade a área, nas mãos dos rebeldes desde 2012, e recuperar o controle total da segunda maior cidade do país.

    O enviado da ONU (Organização das Nações Unidas) para a Síria sugeriu à Rússia que deixe os corredores humanitários de Aleppo nas mãos da organização.

    Desde que o governo do presidente russo, Vladimir Putin, aliado do regime sírio, anunciou na quinta-feira (28) a abertura dessas vias, "uma dúzia de pessoas conseguiram sair por meio de um dos corredores", disse o diretor do OSDH (Observatório Sírio de Direitos Humanos), Rami Abdel Rahman.

    "Mas os grupos rebeldes reforçaram as medidas de controle em relação aos corredores, impedindo que os habitantes se aproximassem."

    Os habitantes dos bairros rebeldes de Aleppo se esconderam dentro de suas casas nesta sexta-feira, aterrorizados pela ideia de utilizar "os corredores da morte" abertos pelo regime para evacuar as áreas sitiadas da cidade.

    A ONG explicou que os corredores estão fechados pelo lado rebelde, mas abertos do outro lado, ou seja, nas áreas controladas pelo regime. Ainda segundo o diretor da ONG, os russos e o Exército sírio continuaram a bombardear bairros rebeldes nesta sexta-feira.

    A antiga capital econômica da Síria está dividida desde 2012 entre bairros controlados pelo regime, no oeste, e pelos rebeldes, nas zonas a leste.

    As tropas do presidente da Síria, Bashar al-Assad, tentam há meses reconquistar o setor rebelde, cercado desde 17 de julho, com o lançamento de barris de explosivos e bombardeios que também contaram com a participação da força aérea russa.

    O ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu, anunciou na quinta-feira que serão abertos quatro corredores humanitários na cidade para os civis e para aqueles "combatentes que quiserem depor as armas".

    Vários homens entrevistados pela agência de notícias AFP disseram temer que o regime os prendesse depois que saíssem dos bairros rebeldes. Segundo os analistas, a perda de Aleppo pode significar o início do fim da rebelião e representar um ponto de virada determinante na guerra síria, que já deixou mais de 280 mil mortos em cinco anos.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024