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    Marge e Homer debatem eleições americanas em vídeo de 'Os Simpsons'

    MARCELO NINIO
    DE WASHINGTON

    31/07/2016 20h21

    A longa lista de celebridades que apoiam Hillary Clinton na corrida presidencial americana ganhou um reforço do mundo da animação. Em um vídeo divulgado no fim de semana, os Simpsons debocham de Donald Trump, que aparece com um cachorro como peruca e uma seleção de discursos de Adolf Hitler como livro de cabeceira.

    No vídeo de pouco menos de 2 minutos, os roteiristas da série fazem uma paródia de um famoso anúncio de campanha de Hillary em 2008, quando ela sugeria que Barack Obama, seu então rival na disputa pela candidatura presidencial democrata, era despreparado para assumir o comando do país. "São 3h e o telefone está tocando na Casa Branca. Quem você quer que atenda a ligação?".

    A versão animada começa com Homer e Marge Simpson se beijando na cama, quando ela para tudo e avisa que não pode continuar. "Não posso fazer amor enquanto não decidir em que vou votar", desabafa Marge. Homer então liga a TV. "E o modo americano", diz.

    Segue uma versão do anúncio de 2008, primeiro imaginando Hillary como presidente. Quem atende o telefone vermelho na cabeceira da cama é seu marido, o ex-presidente Bill Clinton. "Sala de crise? Estou indo já para lá", diz, antes de se dar conta de que não é com ele e passar o telefone para Hillary, deitada a seu lado. "Sim, daqui em diante, é sempre para mim", diz ela, irritada.

    Corte para a imaginária Casa Branca de Trump, que aparece de touca na cama postando uma de suas mensagens numa rede social reclamando da senadora progressista Elizabeth Warren. "Estou feliz de tê-la mandado para o exílio", escreve o bilionário, enquanto dispara ordens no telefone, como ter seu nome inscrito no Memorial de Abraham Lincoln e que lhe tragam ovos mexidos "num prato dourado".

    O telefone vermelho toca, e ele responde, impaciente, que está a caminho da sala de crise. Mas antes ele toca um sino para chamar um time de assistentes, que levam sete horas preparando o chefe com injeções de botox, spray de bronzeamento artificial e mãos artificiais que aumentam as suas, além de um cachorro vivo que vira seu cabelo.

    Durante as prévias do partido, o senador Marco Rubio provocou Trump dizendo que ele tem mãos pequenas. O cabelo peculiar do candidato republicano é motivo de galhofa e especulações há anos. A alusão a Hitler também foi inspirada num episódio real: em uma entrevista anos atrás, a ex-mulher do empresário Ivana Trump disse que ele costumava ler uma coleção de discursos do ditador nazista, que guardava na mesa de cabeceira.

    Na paródia, o telefone toca novamente e avisa que é tarde demais, a frota chinesa está avançando. "É só construir outro muro", responde Trump, numa referência ao muro que ele promete construir na fronteira com o México. "Isso, no oceano, seu perdedor". O narrador do "anúncio" conclui dizendo que ele foi "pago por americanos que realmente já começam a sentir falta de Obama".

    É o suficiente para Marge tomar sua decisão, mas Homer fica em dúvida. "Vou votar no Trump, certo?", pergunta. "Ok, se esta é a sua decisão, não sei se jamais poderei ficar com você novamente", diz Marge, apagando a luz e colocando o cachorro entre os dois. "E é assim que me tornei um democrata", resigna-se Homer.

    Em um episódio de 2000, a série de animação já havia "profetizado" a chegada de Trump à Casa Branca, quando ele é sucedido por Lisa Simpson e deixa como herança uma economia falida.

    A campanha de ridicularização de Trump havia sido antecipada há alguns dias por um dos roteiristas da série, Al Jean, admitindo que na sua equipe a maioria é contra o bilionário.

    "Ele certamente se presta para a animação. Seu cabelo é incrível", disse ao anunciar o clip. "É na verdade um gato laranja que ele coloca para trás".

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