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    Justiça recebe pedidos para reabrir denúncia de Nisman contra Cristina

    LUCIANA DYNIEWICZ
    DE SÃO PAULO

    02/08/2016 21h28

    AP Photo/Natacha Pisarenko,
    O promotor argentino Alberto Nisman, em foto de 2013; caso de sua morte foi enviado à Justiça Federal
    O promotor Alberto Nisman, em foto de 2013 e morto em 2015; Justiça reavaliará denúncia contra Cristina

    A Justiça argentina aceitou nesta terça-feira (2) que os familiares das vítimas do atentado terrorista à sede da Amia (Associação Mutual Israelita Argentina) sejam incluídos como denunciantes no processo que investiga a ex-presidente Cristina Kirchner por suposta traição à pátria.

    Cristina foi denunciada em janeiro de 2015, pelo promotor Alberto Nisman, por ter supostamente encoberto a participação do Irã no ataque, ocorrido em 1994 em Buenos Aires e que matou 85 pessoas. Nisman foi encontrado morto quatro dias depois de apresentar a denúncia.

    O juiz Claudio Bonadio, tido com um dos maiores inimigos do kirchnerismo, foi quem aceitou o pedido dos familiares das vítimas. O processo, porém, estava nas mãos de Daniel Rafecas, que o havia arquivado no ano passado.

    Rafecas também recebeu uma solicitação da Daia (Delegação de Associações Israelitas Argentinas) para que a denúncia de Nisman seja reaberta.

    Segundo Nisman, Cristina havia fechado um memorando de entendimento com o Irã para tentar livrar os suspeitos do atentado à Amia em troca de vantagens comerciais.

    Para o promotor morto, o acordo previa a retirada dos alertas vermelhos emitidos pela Interpol, a pedido da Argentina, contra os suspeitos iranianos. Segundo Cristina, porém, isso não estava no tratado, que tinha como objetivo interrogar os iranianos.

    Após a morte de Nisman, a Justiça entendeu que não houve delito, já que os alertas não caíram, e Rafecas arquivou o processo.

    Na semana passada, a ex-presidente acusou, pela internet, o governo do presidente Mauricio Macri de elaborar um plano para reabrir o caso do memorando de entendimento com o Irã.

    A retomada das investigações poderá complicar a situação judicial da ex-mandatária. Cristina já é investigada por lavagem de dinheiro, má administração de recursos públicos e falsificação de documentos.

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