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    A 83 dias das eleições, Trump faz mudança no comando da campanha

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    DE NOVA YORK

    17/08/2016 09h15 - Atualizado às 22h42

    A 83 dias da eleição, a campanha do presidenciável republicano, Donald Trump, está sob nova direção.

    Após semanas escorregando nas pesquisas, ele anunciou nesta quarta (17) a segunda grande mudança em seu QG em menos de dois meses: contratou Stephen Bannon, que dirigia o site conservador Breitbart News, como diretor-executivo de seu time.

    Paul Manafort mantém oficialmente o título de diretor da campanha. Ele substituiu há 58 dias Corey Lewandowski, que perdeu poder após uma série de tropeços —como ser indiciado após uma repórter do Breitbart acusá-lo de machucar seu braço para impedir que fizesse uma pergunta ao bilionário (a acusação foi arquivada ).

    Ex-funcionários relataram que, sob Bannon, a equipe do site era orientada a fazer uma cobertura positiva de Trump. Houve ressentimento quando o chefe não condenou a agressão à repórter da casa de forma incisiva.

    Um editor se demitiu e acusou Bannon de fazer "bullying" (ele tinha poder de vetar reportagens danosas ao empresário) e "moldar a companhia para ser o 'Pravda' [principal jornal oficial soviético] pessoal de Trump".

    Em sua gestão, o Breitbart chegou a encomendar pesquisa própria por desconfiar que outras sondagens manipulassem números em favor da democrata Hillary Clinton. O resultado, porém, não divergiu da média: Trump ainda perdia para a rival por cinco pontos percentuais.

    Ex-Goldman Sachs, Bannon abriu uma firma de investimentos e com ela comprou participação nos direitos de "Seinfeld". O lucro com a série ajudou a financiar um documentário de 2011 sobre a ex-candidata a vice Sarah Palin, estrela do movimento ultraconservador Tea Party.

    SEM RÉDEAS

    A missão inicial do estrategista Manafort era apresentar um candidato mais disciplinado, mas a escalada de controvérsias só recrudesceu nos últimos meses.

    Entusiasta do pugilato eleitoral, Bannon entra em campo após o empresário apanhar das pesquisas por duas semanas. A queda se seguiu a nova fornada de polêmicas —de sugerir que defensores de armas agissem para impedir o avanço de Hillary a brigar com os pais de um soldado muçulmano dos EUA morto no Iraque.

    Não está claro o quanto sua presença diminui o poder do diretor de campanha. Chamado de Conde de Monte Cristo por amigos, pelo ar misterioso, Manafort foi acusado de receber US$ 13 milhões (R$ 42 milhões) em remessas ilegais do partido do ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovich, aliado da Rússia deposto em 2014 e de quem foi consultor. Ele nega a transação.

    À agência Associated Press Trump chamou Manafort e Bannon de "vencedores". O republicano também promoveu seu vice, Mike Pence, e Kellyanne Conway, especialista em pesquisas de opinião, a diretores.

    Roger Ailes, que renunciou à presidência da Fox News após ser acusado de assédio e responsável por suavizar a imagem de Richard Nixon nas eleições de 1968, ajudará na preparação para debates, segundo o "New York Times".

    A chegada de Bannon coincide com a veiculação, a partir de sexta (19), dos primeiros anúncios de sua candidatura —Hillary já gastou milhões com propaganda. Também na quarta Trump começou a receber informações classificadas dos serviços de inteligência americanos, como previsto no cronograma eleitoral.

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