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    Após mudanças na equipe, diretor de campanha de Trump pede demissão

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    DE NOVA YORK

    19/08/2016 12h15

    Depois de perder poder no QG de Donald Trump, o diretor de campanha do presidenciável republicano, Paul Manafort, pediu demissão nesta sexta (20).

    Sua saída coincide com a chegada de um novo diretor-executivo, o presidente licenciado do site conservador Breitbart News, Stephen Bannon. Ele começou a operar nesta semana, na segunda grande sacudida que Trump deu em seu time em menos de dois meses.

    Kellyanne Conway, especialista em pesquisas de opinião e próxima a Ivanka Trump, filha do candidato, também subiu na hierarquia e virou uma das diretoras da equipe, assim como o vice de Trump, Mike Pence.

    Até então, Manafort era o homem mais forte da campanha. Experiente em Washington, ele substituiu em abril Corey Lewandowsky, principal assessor de Trump na primeira fase da disputa eleitoral, as prévias partidárias. Dois meses depois, o ex-braço direito do empresário foi demitido.

    Manafort perdeu espaço após o "New York Times" revelar, no começo da semana, que ele recebeu US$ 13 milhões em remessas ilegais do partido do ex-presidente ucraniano.

    Tido como mascote da Rússia, Viktor Yanukovitch foi deposto em 2014, após preterir a União Europeia em prol de Moscou, provocando revolta popular em seu país. O estrategista republicano já atuou como seu consultor político. Ele nega o pagamento.

    "Nesta manhã, Paul Manafort ofereceu, e eu aceitei, sua demissão", disse Trump em comunicado. "Sou muito grato por seu ótimo trabalho em nos ajudar a chegar até aqui, e em particular por seu trabalho em nos guiar pelo processo dos delegados e do processo da convenção partidária. Ele é um verdadeiro profissional e lhe desejo o maior dos sucessos."

    Drew Angerer/Getty Images/AFP
    Paul Manafort, chefe de campanha do candidato presidencial republicano Donald Trump
    Paul Manafort (centro), ex-chefe de campanha do candidato presidencial republicano, Donald Trump

    Em seu primeiro comício após as novas mudanças no time, na quinta-feira (17), o empresário mostrou uma faceta inédita: disse que estava "arrependido" de algumas palavras que disse.

    O comportamento contrasta com o homem que, meses antes, teve dificuldades em lembrar a última vez que pediu desculpas a alguém ("me desculpei com minha mãe anos atrás, por falar palavrão", cedeu enfim, em sabatina na CNN).

    O tom do evento também destoou das expectativas para a estreia de Bannon, que espelha o gosto do novo chefe pela retórica inflamada, nas batutas da campanha.

    Nas últimas semanas, o presidenciável entrou em queda livre nas pesquisas, enquanto sua adversária democrata, Hillary Clinton, consolida uma vantagem no quadro eleitoral que especialistas acham difícil reverter a 81 dias das eleições.

    Na média de sondagens nacionais feita pelo site Real Clear Politics, ela tem 47% das intenções de voto, e ele, 41,2%. Hillary também abriu dianteira na Flórida, na Pensilvânia e em outros Estados-pêndulo do pleito, assim conhecidos por não terem uma preferência definida entre candidatos republicanos e democratas.

    A derrocada de Trump, que chegou a superar a oponente nas pesquisas por uns dias, deu-se após uma sequência de polêmicas.

    Brigar com a família de um muçulmano que lutou pelos EUA e foi morto no Iraque, incentivar defensores de armas a tomar uma atitude contra Hillary, expulsar a mãe com um bebê que chorava de um comício; a lista é longa.

    A saída de Manafort rouba os holofotes do primeiro comercial de TV que Trump divulga depois das prévias republicanas, nesta sexta. O time de Hillary, por sua vez, já gastou quase US$ 60 milhões na área.

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