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    Ataque reivindicado pelo Estado Islâmico mata ao menos 54 no Iêmen

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    29/08/2016 08h58

    Ao menos 54 pessoas morreram nesta segunda-feira (29) no Iêmen em um ataque com carro-bomba contra um centro de recrutamento do Exército do país, que luta contra grupos extremistas.

    O atentado foi reivindicado pela facção terrorista Estado Islâmico e é o mais violento na cidade portuária de Aden, no sul do Iêmen, desde que ela foi retomada pelo governo, em julho do ano passado.

    O diretor-geral do Ministério da Saúde em Aden, Al-Khader Laswar, disse à Reuters que pelo menos outras 67 pessoas ficaram feridas.

    Saleh Al-Obeidi/AFP
    Centro de recrutamento do Exército do Iêmen destruído após ataque com carro-bomba em Aden, no sul do país
    Centro de recrutamento do Exército do Iêmen destruído após ataque com carro-bomba em Aden

    "Cerca de 60 mortos em uma operação mártir de um combatente do Estado Islâmico contra um centro de recrutamento do exército em Aden", publicou a agência Amaq, órgão de propaganda da organização terrorista.

    A ação ilustra as dificuldades do governo para restabelecer a segurança na localidade, que foi declarada "capital provisória" iemenita.

    De acordo com fontes oficiais, a explosão do carro-bomba aconteceu no pátio da escola "Sanafir", na zona norte de Aden. Os recrutas, reunidos no local, estavam no fim das formalidades para ingressar nas Forças Armadas iemenitas, que o governo, exilado na Arábia Saudita, pretende reforçar com a ajuda da coalizão árabe.

    Segundo testemunhas, um homem-bomba aproveitou a entrada de uma caminhonete para avançar com seu veículo. A explosão foi tão forte que provocou o desabamento do teto de uma sala de aula sobre vários recrutas.

    Saleh Al-Obeidi/AFP
    Iemenitas observam pátio coberto de sangue em local alvo de ataque do Estado Islâmico em Aden
    Iemenitas observam pátio coberto de sangue em local alvo de ataque do Estado Islâmico em Aden

    Os extremistas aumentaram os ataques contra as forças de segurança e autoridades políticas de Aden. O atentado anterior reivindicado pelo EI matou quatro policiais no dia 20 de julho.

    No dia 6 de julho, as forças do governo, apoiadas pela coalizão militar árabe, expulsaram os extremistas de uma base militar que havia sido atacada após dois atentados contra o local.

    GUERRA CIVIL

    O conflito no Iêmen é uma das reviravoltas registradas após as manifestações populares de 2011 no Oriente Médio. O então ditador Ali Abdullah Saleh foi forçado a renunciar.

    Iemenitas reuniram-se em um diálogo nacional para discutir o futuro do país, no que foi visto como um exemplo para a região.

    A transição, no entanto, foi menos auspiciosa do que o esperado. Em 2014, a milícia radical houthi —em constante atrito com o governo— tomou a capital, Sanaa, e no início do ano seguinte decidiu dissolver o Parlamento.

    Raio-x Iêmen

    Em 2015, o confronto escalou, com a entrada de outros atores regionais. Uma coalizão liderada pela Arábia Saudita passou a bombardear posições dos houthi.

    Os houthi são aliados do ex-ditador Saleh e supostamente apoiados pelo Irã e pela milícia xiita libanesa Hizbullah. Assim, a guerra espalhou-se por esse país e tornou-se internacional.

    A situação é dificultada também por um complicado emaranhado de divisões religiosas e relações tribais. O Iêmen abriga, além disso, uma das franquias mais violentas da rede terrorista Al Qaeda, para quem o caos político é uma oportunidade para fortalecer-se.

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