Autoridades turcas detiveram nesta terça-feira (30) um editor do jornal em inglês "Hurriyet", um dos mais vendidos do país, suspeito de ligação com a tentativa de golpe do dia 15 de julho.

Segundo o "Hurriyet", o editor Dincer Gokce foi detido juntamente com outras nove pessoas após um promotor de Istambul emitir mandados de prisão para 35 pessoas, entre elas jornalistas, suspeitas de apoiar o clérigo Fethullah Gülen, acusado pelo governo de ter sido o mentor da tentativa de golpe –exilado nos Estados Unidos, ele nega envolvimento. Dezoito das pessoas procuradas, no entanto, estariam fora do país.

Outro dos detidos, seria Murat Aksoy, ex-jornalista da publicação pró-governo "Yeni Safak", que seria um colaborador do partido de oposição CHP. Segundo a rede NTV, um ex-chefe de polícia de Istambul também estaria entre os detidos.

Desde a tentativa de golpe de 15 de julho, em que mais de 240 pessoas morreram, a administração do presidente turco Recep Tayyip Erdogan tem detido ou demitido militares, funcionários públicos e jornalistas.

Levantamento da Federação Europeia de Jornalistas aponta que cerca de 130 órgãos de imprensa turcos foram fechados e mais de 60 jornalistas detidos desde a tentativa de golpe.

As medidas são criticadas por líderes europeus, que consideram esses gestos como demasiadamente repressivos.