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    o impeachment

    Países bolivarianos reagem a cassação de Dilma Rousseff e condenam 'golpe'

    DE SÃO PAULO
    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    31/08/2016 10h39 - Atualizado às 19h30

    Venezuela, Equador e Bolívia anunciaram nesta quarta-feira (31) que tomarão medidas diplomáticas em protesto ao impeachment de Dilma Rousseff. Tanto o Equador quanto a Venezuela anunciaram a retirada de seus embaixadores no país. Já a Bolívia, convocou o seu diplomata para consulta.

    Em resposta ao posicionamento adotado pelos governos bolivarianos, antigos aliados dos governos Lula e Dilma, o Itamaraty deverá divulgar nas próximas horas comunicado convocando seus embaixadores nos três países para consulta.

    O presidente do Equador, Rafael Correa, anunciou nesta que iria retirar o embaixador do país no Brasil minutos após a aprovação do impeachment da presidente Dilma Rousseff pelo Senado brasileiro.

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    "Destituíram a Dilma. Uma apologia ao abuso e à traição. Retiraremos nosso encarregado da embaixada", escreveu Correa em sua conta no Twitter.

    O chanceler venezuelano, Guillaume Long, confirmou que a embaixada ficará a cargo do terceiro secretário, mas não se referiu a um congelamento de relações entre os dois países.

    "Provavelmente haverá algum efeito nas relações bilaterais entre os países, vamos revisar todos os aspectos e tomaremos decisões sobre cada um deles em função da nossa posição frente a este golpe de Estado no Brasil", afirmou.

    Mais tarde, foi a vez do governo do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciar a retirada de seu embaixador do Brasil e o congelamento das relações com o país devido ao que designou como "golpe parlamentar".

    Segundo comunicado da chancelaria venezuelana, o país "decidiu retirar definitivamente seu embaixador na República Federativa do Brasil e congelar as relações políticas e diplomáticas com o governo surgido deste golpe parlamentar".

    Na manhã desta quarta (31), antes da votação da cassação de Dilma, o presidente boliviano, Evo Morales, também aliado de Dilma, havia dito que iria convocar seu embaixador em Brasília caso o impeachment da petista fosse aprovado.

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    "Se prosperar o golpe parlamentar contra o governo democrático de @dilmabr, a Bolívia convocará seu embaixador. Defendamos a democracia e a paz", escreveu o presidente boliviano.

    Após a votação, já na tarde desta quarta, Morales cumpriu a promessa e convocou para consulta o seu embaixador no país –em escala de severidade, a medida está um grau abaixo da tomada pela Venezuela.

    A chancelaria do país aproveitou a oportunidade para "fazer um chamado a todos os Estados da região a rechaçar estes golpes de Estado 'suaves' ante o perigo de um enfraquecimento institucional da democracia, provocado por oposições incapazes de ganhar os votos necessários para formar um governo".

    Nos últimos anos, o Brasil se tornou um importante parceiro comercial desses países, que contam com forte participação de empresas brasileiras e do governo do país em suas economias, especialmente nos setores de construção civil e energia.

    Alan Marques/ Folhapress
    BRASÍLIA, DF, BRASIL, 29.08.2016. Sessão do Senado Federal para o julgamento do Impeachment da presidente da República, Dilma Rousseff. (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
    A presidente afastada, Dilma Rousseff, durante sessão do impeachment no Senado brasileiro

    No início deste mês, o senador americano Bernie Sanders, pré-candidato à Presidência derrotado nas prévias democratas, também criticou o processo de impeachment de Dilma. "Para muitos brasileiros e observadores o controverso processo de impeachment se parece mais com um golpe."

    Sanders pediu uma posição mais forte dos EUA contra o afastamento de Dilma. O governo de Barack Obama tem se mantido distante do tema.

    Por 61 votos a 20, o Senado condenou Dilma por crime de responsabilidade pelas chamadas "pedaladas fiscais", que são o atraso no repasse de recursos do Plano Safra a bancos públicos, e pela edição de decretos de créditos suplementares sem aval do Congresso. Foram 7 votos a mais do que o mínimo necessário —54 das 81 cadeiras do Senado.

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