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    ONG registra 423 crianças refugiadas mortas 1 ano após caso de Alan Kurdi

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    02/09/2016 18h04

    2.set.2015 - Associated Press
    In this Wednesday, Sept. 2, 2015 file photo, a paramilitary police officer investigates the scene before carrying the body of 3-year-old Aylan Kurdi from the sea shore, near the beach resort of Bodrum, Turkey. A number of migrants are known to have died and some are still reported missing, after boats carrying them to the Greek island of Kos capsized. (AP Photo/DHA, File) TURKEY OUT ORG XMIT: NY471
    Em setembro de 2015, o corpo do menino sírio Alan Kurdi, 3, apareceu em uma praia da Turquia

    Há um ano, a imagem do menino sírio Alan Kurdi, 3, morto em uma praia na Turquia após tentar atravessar o mas Mediterrâneo para chegar à Europa chamou atenção mundial para o drama das crianças refugiadas.

    Desde então, 423 refugiados com menos de 18 anos morreram tentando cruzar o mar Mediterrâneo, de acordo com a ONG Save the Children.

    No total, 4.000 pessoas morreram nos últimos 12 meses tentando chegar à Europa por essa via, segundo dados da Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados).

    A Europa passa pela pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial. Em 2015, mais de 96 mil crianças desacompanhadas pediram asilo na União Europeia, cerca de quatro vezes mais que em 2014, segundo o Gabinete Europeu de Apoio em matéria de Asilo.

    Em janeiro, o serviço de inteligência da Europol (polícia europeia) afirmou que 10 mil crianças refugiadas desacompanhadas desapareceram após chegarem à Europa, e que podem ter se tornado presas de grupos de tráfico.

    Na quarta (31), o pai do menino Alan Kurdi lamentou que a situação dos refugiados que tentam atravessar o mar não tenha mudado.

    "Depois da morte da minha família, os políticos disseram: 'Nunca mais'", disse Abdullah Kurdi, 41, em entrevista ao jornal alemão "Bild". Além de Alan, ele perdeu a mulher Rehab, 35, e o filho mais velho Galip, 5, afogados na costa turca depois do naufrágio de sua embarcação.

    "Mas o que acontece agora? As mortes continuam e ninguém faz nada", completou ele, cuja família está enterrada em Kobani, cidade síria próxima da fronteira com a Turquia.

    "O horror na Síria tem que terminar. As tragédias do exílio também", completou. Morando atualmente em Erbil, no Curdistão iraquiano, o pai de Alan e Galip sente que está mais seguro do que antes, mas "para fazer o que?", questiona.

    Ele não lamenta, no entanto, a divulgação da foto do filho mais novo, por considerar que "uma coisa assim deve ser mostrada para que as pessoas vejam claramente o que acontece".

    Nesta sexta (2), para marcar o um ano de morte da criança, manifestantes britânicos fizeram vigília pedindo que o governo acolha cerca de 400 crianças refugiadas e desacompanhadas de familiares que vivem no acampamento de refugiados em Calais, norte da França, chamado de "selva". Lá, centenas de crianças imigrantes vivem em condições miseráveis.

    Os britânicos pediram que a ministra do Interior, Amber Rudd, aceite as 387 crianças que pedem asilo no Reino Unido. "Estamos falando de menos de 400 crianças", afirmou a atriz Juliet Stevenson à Reuters. "Como podem falar que o Reino Unido não pode ajudar a prover novas casas para essas crianças?".

    De acordo com a organização Citizens UK, 178 crianças de Calais tem direito ao asilo devido a ligações familiares no Reino Unido.

    De acordo com o Ministério do Interior, mais de 120 pessoas com menos de 18 anos foram aceitas no último ano. "Nossa prioridade é proteger os interesses das crianças que precisam de nossa ajuda", disse um porta-voz do ministério à Reuters, por e-mail.

    "Continuamos trabalhando junto do governo francês para garantir que as crianças em Calais que tenham conexões familiares identificadas no Reino Unido recebam apoio suficiente e possam ter acesso ao processo de reunificação familiar sem atrasos", completou.

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