Milhares de venezuelanos marcharam neste domingo (4) pelas ruas de Madri, na Espanha, para pedir um referendo que permita revogar o mandato do presidente Nicolás Maduro.

Ao menos 3.000 pessoas participaram do ato, segundo a polícia. Os manifestantes falam em 4.500 pessoas.

Aos gritos de "Venezuela, referendo! Maduro, fora!", a multidão pedia o voto para cassar o mandato do presidente, que enfrenta uma grave crise econômica e de abastecimento.

O protesto ocorreu três dias após uma marcha organizada pela oposição nas ruas de Caracas que reuniu centenas de milhares de pessoas.

O governo Maduro tenta adiar a votação do referendo para 2017. Se ele for realizado neste ano e Maduro perder, serão convocadas novas eleições. Se isso ocorrer após 10 de janeiro, o vice assumiria.

"Não há medicamentos, não há comida, os idosos têm que levantar cedo para ir para filas" nas lojas, reclamou Lora Monroy, venezuelana que vive na Espanha há 13 anos. Sua família vive em Maracay, no centro da Venezuela.

"Queremos recuperar nosso país", afirmou Karen Gonçalves, 19, que chegou à Espanha há três meses "para ter um futuro melhor".

Ela afirma que sua família, que vive em Valencia, a terceira maior cidade do país, sofre com a falta de produtos nos mercados locais. "Eles têm que cruzar a fronteira com a Colômbia para comprar coisas", diz.

Venezuela passa por uma grande crise de abastecimento, agravada pela recente queda do preço do petróleo, principal insumo nacional. A crise econômica teve efeitos no apoio político a Maduro, que preside o país desde 2013, após a morte de Hugo Chávez (1999-2013).

Madri é uma das cidades com maior número de venezuelanos expatriados, ao lado de Miami (Estados Unidos) e Santa Cruz de Tenerife (Ilhas Canárias, Espanha).