• Mundo

    Wednesday, 08-May-2024 18:26:31 -03

    G20 termina cúpula com impasses e promessas de recuperação econômica

    JOHANNA NUBLAT
    ENVIADA ESPECIAL A HANGZHOU

    05/09/2016 20h21

    Um cessar-fogo na Síria, disputas em mares ao redor da China, o lançamento de mísseis por Pyongyang, "brexit", migração e até uma polêmica sobre a ausência de uma escada para o avião do presidente Barack Obama.

    Esses foram alguns dos temas espinhosos e controversos que rodearam os discursos contra o protecionismo e em defesa de um crescimento econômico mais vigoroso e igualitário durante a cúpula do G20, em Hangzhou (na China), entre domingo (4) e esta segunda-feira (5).

    Greg Baker/AFP
    Michel Temer (esq.) posa ao lado dos líderes dos países do G20, em cúpula em Hangzhou, na China
    Michel Temer (esq.) posa ao lado dos líderes dos países do G20, em cúpula em Hangzhou, na China

    Ao encerrar o encontro, que não teve grandes surpresas, o presidente Xi Jinping defendeu que "a recuperação global carece de impulso" e que "é preciso fazer mais para destravar o potencial de crescimento no médio e longo prazos".

    No comunicado final, os líderes das 20 potências afirmaram que a economia internacional está melhorando, "embora o crescimento ainda esteja aquém do desejado" e a perspectiva se complique diante de desafios geopolíticos, o fluxo de refugiados e o terrorismo.

    Voltaram, também, a se comprometer com a cooperação e com políticas integradas e inclusivas.

    Antes do documento final e da corrida dos líderes para garantir lugar na fila de decolagem no aeroporto local, a cúpula serviu de plataforma para que, em conversas paralelas e entrevistas, os países discutissem suas relações.

    À presidente sul-coreana, Park Geun-hye, Xi disse se opor à instalação de um sistema antimíssil americano na península coreana, segundo a agência Xinhua.

    A coreana, por outro lado, informou a agência Yonhap, disse que testes nucleares da Coreia do Norte e seus lançamentos de mísseis prejudicavam a relação de seu país com a China (mais próxima de Pyongyang).

    O regime de Kim Jong-un, aliás, teve destaque nas conversas mesmo sem participar da cúpula. Nesta segunda, a Coreia do Norte disparou três mísseis balísticos, que podem ter caído a cerca de 200 km da ilha japonesa de Hokkaido —o que levou o premiê Shinzo Abe a dizer ao americano Barack Obama que o lançamento era "imperdoável".

    Ainda na região, conversas a respeito das disputas pelas ambições conflitantes no mar do Sul da China (entre a China e vários vizinhos) e no mar do Leste (entre a China e o Japão) também não faltaram.

    Dessa vez, até o presidente russo, Vladimir Putin, entrou no debate: em entrevista, disse que a interferência de potências não regionais da disputa pelo mar do Sul da China é "contraproducente".

    Uma das expectativas era de um possível acordo entre os Estados Unidos e a Rússia, em favor de um cessar-fogo na guerra na Síria, o que acabou não ocorrendo. Putin disse esperar, no entanto, um acordo sobre o país nos próximos dias.

    China e Estados Unidos ainda se envolveram em uma controvérsia diplomática. Na chegada de Obama a Hangzhou, faltou a escada para que o presidente desembarcasse, o que fez com que ele tivesse que usar uma saída alternativa.

    Na pista, a assessoria do americano entrou em confronto com uma autoridade chinesa, que queria impedir que a imprensa que viajava com o presidente se aproximasse do líder. "Esse é nosso país!", gritou o chinês.

    Nesta terça (6), com a partida das delegações e dos jornalistas estrangeiros, Hangzhou deve começar a voltar a sua rotina. Nos últimos dias, as largas avenidas da cidade estiveram praticamente desertas, com barreiras e postos de controle espalhados.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024