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    Obama se reúne com sobrevivente de bombardeios dos EUA no Laos

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    07/09/2016 11h33

    O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, encontrou-se nesta quarta-feira (7) com um sobrevivente mutilado dos bombardeios norte-americanos no Laos, ocorridos há décadas.

    Um dia depois do anúncio de que Washington concederá, durante os próximos três anos, mais US$ 90 milhões para avaliar e remover bombas espalhadas pelo país e que não explodiram, Obama visitou uma ONG que fornece próteses a dezenas de milhares de mutilados pelas bombas americanas.

    A visita é a primeira de um presidente norte-americano e coincide com a marca de quase US$ 100 milhões gastos pelos EUA nos últimos 20 anos para desativar bombas não acionadas. Segundo o governo americano, o programa ajudou Laos a diminuir o número de acidentes de 300 para menos de 50 em um ano.

    Entre 1964 e 1973, as operações secretas da CIA para cortar as vias de abastecimento ao Vietcong se traduziram no lançamento de dois milhões de toneladas de bombas no Laos, mais do que o total de bombas lançadas pelos aliados no Japão e Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial.

    Quase 30% das bombas que caíram no Laos não explodiram, o que representa quase 80 milhões de bombas, incluindo armamentos de fragmentação ainda ativos. Desde o fim da guerra, acidentes mataram ou feriram mais de 20 mil pessoas.

    "Para muitos, a guerra é algo que as pessoas leem nos livros", disse Obama, ao visitar um local repleto de muletas, bengalas e próteses de perna. "Para a população do Laos, esta guerra não era secreta. Para as pessoas do Laos, esta guerra era algo que não estava restrito ao campo de batalha."

    Entre os presentes estava Thoummy Silamphan, que perdeu a mão direita aos oito anos na explosão de uma bomba. "Nas últimas quatro décadas, a população do Laos vive à sombra da guerra", completou o presidente americano.

    Obama disse que os Estados Unidos têm obrigação moral de limpar o Laos, mas não apresentou um pedido formal de desculpas por uma campanha militar que os americanos ignoravam.

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