• Mundo

    Friday, 17-May-2024 06:02:03 -03

    eleições nos eua

    Diagnosticada com pneumonia, Hillary passa mal e deixa cerimônia do 11/9

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    DE NOVA YORK

    11/09/2016 12h55 - Atualizado às 20h01

    A candidata democrata à Casa Branca, Hillary Clinton, 68, passou mal e deixou às pressas a cerimônia que lembrou os 15 anos dos atentados de 11 de setembro de 2001, no World Trade Center, em Nova York.

    Uma hora depois do início da cerimônia, iniciada às 9h30 locais (10h30 de Brasília), ela foi retirada do local. Horas depois, sua campanha informou que Hillary havia sido diagnosticada com pneumonia na sexta-feira (9).

    À noite, o comando de campanha de Hillary anunciou o cancelamento de uma viagem à Califórnia, onde ela faria comícios na segunda (12) e na terça-feira (13).

    Inicialmente, o porta-voz da campanha, Nick Merrill, disse que a ex-secretária de Estado se sentiu "superaquecida" durante a cerimônia —a manhã em Nova York foi de sol forte, temperatura de 27°C e alta umidade.

    Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra a candidata, quase tropeçando, sendo amparada por assessores para entrar numa van. Em seguida, ela foi levada ao apartamento da filha, Chelsea, em Manhattan.

    Hillary passa mal durante cerimônia dos 15 anos do 11/9, em NY

    A médica de Hillary, Lisa Bardack, disse ter diagnosticado a doença após investigar sucessivos acessos de tosse. Ela está tomando antibióticos e foi aconselhada a descansar e diminuir o ritmo de campanha, segundo Bardack.

    À tarde, a candidata deixou a casa da filha usando óculos escuros. "Estou me sentindo ótima", disse aos repórteres. Em seguida, foi para a residência da família em Chappaqua, perto da cidade de Nova York.

    O mal estar coincide com suspeitas —alimentadas sobretudo por aliados do rival republicano, Donald Trump— de que a saúde de Hillary está debilitada.

    Em agosto, o republicano já havia dito que a adversária não tem "vigor físico" para lidar com a facção terrorista Estado Islâmico. A acusação recupera antiga polêmica de que Hillary não teria se recuperado de um coágulo na cabeça, consequência de uma concussão sofrida em 2012.

    Radialistas e blogueiros conservadores estão às polvorosas com essa teoria, mostrando vídeos em que ela tropeça na escada do avião ou balança a cabeça de um jeito peculiar, para frente e para trás repetidas vezes enquanto ri numa entrevista, como se isso fosse sinal de alguma debilidade física.

    Também são frequentes acessos de tosse, que Hillary associa a alergias —ela já chegou a brincar que era "alérgica a Trump". A despeito das conspirações, o dossiê médico da candidata revela um "excelente estado de saúde".

    Em agosto, ela apaziguou desconfianças sobre sua capacidade física de ser presidente dos EUA no programa do apresentador Jimmy Kimmel.

    "Em 2015, [o tabloide pró-Trump] 'National Inquirer] disse que eu estaria morta em seis meses. Não sei por que estão dizendo isso. Acho que, de alguma forma, é parte de uma estratégia maluca —apenas diga todas estas coisas loucas, e talvez algumas pessoas acreditem em você."

    A saúde dos presidenciáveis já foi usada como arma de campanha antes. O republicano Ronald Reagan disse que o rival democrata, Michael Dukakis, era um "inválido".

    O próprio Reagan, que seria eleito o presidente mais velho dos EUA em 1980, aos 69 anos, virou alvo de um cacique democrata ao tentar a reeleição quatro anos depois ("bom, ao menos ele não babou").

    Em 2008, simpatizantes do democrata Barack Obama levantaram suspeita de que o republicano John McCain não superara um melanoma. O hoje senador do Arizona abriu seu histórico médico na época para provar que estava livre do tumor na pele.

    Edição impressa
    [an error occurred while processing this directive]

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024