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    EUA suspendem sanções a Mianmar após transição para democracia

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    14/09/2016 14h25

    A Casa Branca anunciou nesta quarta (14) que irá levantar as sanções econômicas impostas a Mianmar e restaurar benefícios comerciais ao país do Sudeste Asiático, em meio à visita da líder birmanesa Aung San Suu Kyi aos EUA.

    Suu Kyi lidera o partido Liga Nacional para a Democracia (LND), que no início deste ano, após conquistar maioria no Parlamento, formou o primeiro governo eleito de Mianmar após décadas de uma junta militar.

    Aos 71 anos de idade e vencedora do Nobel da Paz em 1991, Suu Kyi é muito respeitada em Washington. Ex-prisioneira política e hoje a líder de fato do país, ela foi recebida nesta quarta pelo presidente americano, Barack Obama.

    Jim Watson/AFP
    A líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi, cumprimenta o presidente americano, Barack Obama, na Casa Branca
    A líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi, cumprimenta o americano Barack Obama na Casa Branca

    Suu Kyi pediu a suspensão da ordem executiva renovada anualmente por presidentes americanos há duas décadas, que autoriza as sanções.

    Com o fim das sanções, 111 cidadãos e empresas birmaneses serão retirados de uma lista negra do Tesouro americano.

    Obama afirmou que o fim das sanções irá ajudar o país a colher os benefícios de sua transição para a democracia e liberar "seu enorme potencial".

    A medida, porém, não normaliza relações com os militares de Mianmar. Os EUA não irão fornecer qualquer arma, equipamento militar ou apoio às Forças Armadas birmanesas.

    Os EUA vêm amenizando sanções econômicas a Mianmar desde o início das reformas no país asiático, há cinco anos, mas manteve restrições contra empresas controladas por militares e contra envolvidos no governo da junta militar.

    Organizações de direitos humanos, no entanto, ainda veem razões para a manutenção das sanções. Elas afirmam que abusos seguem sendo cometidos por militares contra minorias étnicas em algumas regiões de Mianmar, país com 56 milhões de habitantes.

    O povo rohingya, por exemplo, de maioria muçulmana, tem negado pelo governo birmanês o direito de cidadania ou de posse de terras.

    Apesar da liderança de Suu Kyi, os militares ainda desempenham papel importante na política de Mianmar. A atual Constituição do país impede que Suu Kyi assuma a Presidência pelo fato de ela ter dois filhos britânicos, e uma reforma constitucional depende da aprovação de mais de 75% do Parlamento —os militares, hoje 25% da Casa, se opõem à reforma.

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