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    Itamaraty extingue departamento de combate à fome

    DE SÃO PAULO

    15/09/2016 13h50 - Atualizado às 18h12

    Em meio à reestruturação administrativa promovida pelo ministro das Relações Exteriores, José Serra, o Itamaraty extinguiu a Coordenação-Geral de Cooperação Humanitária e Combate à Fome (CGFome), peça da estratégia de "soft power" do governo do ex-presidente Lula (PT).

    Criado em 2004, o órgão tinha como função coordenar as ações brasileiras de combate à fome em outros países.

    Jhon Paz/Xinhua
    Vista noturna do Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores brasileiro, em Brasília
    Vista noturna do Palácio do Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores brasileiro, em Brasília

    As iniciativas do programa se dividiam basicamente em apoio financeiro e doações de itens de primeira necessidade, como alimentos e medicamentos, a nações com dificuldades.

    O programa beneficiou mais de 96 países na América Latina e Caribe, África, Ásia e Oriente Médio. A reforma administrativa levou a uma redistribuição de competências dentro do ministério. O governo determinou o enxugamento da estrutura e a devolução de 46 cargos comissionados.

    Para a ex-ministra do Desenvolvimento Social do governo Dilma Rousseff (PT), Tereza Campello, a extinção do programa "passa um sinal de que o governo não quer mais cooperar nessa área".

    Ela afirma que a agenda de combate à fome do Brasil tem o reconhecimento da ONU. "É um cartão-postal do Brasil no mundo." Campello e outros nove especialistas em políticas públicas assinaram um manifesto contra a extinção do CGFome.

    O Itamaraty ressalta que a mudança não acabou com o tema.

    "As funções realizadas anteriormente pela CGFome foram atribuídas a outras unidades do Itamaraty a fim de se manter a continuidade, sendo as operações de cooperação humanitária assumidas pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e as atividades de coordenação política assumidas pela Divisão de Temas Sociais (DTS)", informou o Itamaraty, em nota.

    Em março, num episódio polêmico, o ministro Milton Rondó Filho, então chefe da Coordenação-Geral de Cooperação Humanitária e Combate à Fome, emitiu telegramas a todas as embaixadas e representações do Brasil no exterior com mensagens alertando sobre uma tentativa de golpe contra a ex-presidente Dilma. Rondó Filho acabou exonerado do cargo pouco tempo depois.

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