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    Carlo Azeglio Ciampi, ex-presidente e premiê da Itália, morre aos 95 anos

    DIOGO BERCITO
    DE MADRI

    16/09/2016 09h25

    Carlo Azeglio Ciampi, ex-presidente da Itália e senador vitalício, morreu aos 95 anos, segundo anúncio do governo nesta sexta-feira (16). Ciampi era um dos políticos mais importantes do país, visto, por exemplo, como mentor da adesão à moeda comum europeia, o euro.

    Segundo informações preliminares circuladas durante esta manhã, a saúde de Ciampi já vinha se deteriorando. Não havia detalhes sobre a causa de sua morte. Descrito como calmo e confiante, o ex-presidente teve longa carreira no Banco da Itália, ao qual se uniu em 1946 e no qual trabalhou por 47 anos, 14 deles como líder.

    Raigo Pajula /AFP Photo
    (FILES) This file photo taken on April 20, 2004 shows Italian President Carlo Azeglio Ciampi walking in front of the honour guard during the official welcoming ceremony in Tallinn. Former Italian president Carlo Azeglio Ciampi has died at the age of 95, Prime Minister Matteo Renzi announced on September 16, 2016. Ciampi, considered one of the founding fathers of modern Italy, "served Italy with passion," Renzi wrote on Twitter. Foreign Minister Paolo Gentiloni hailed "a great Italian statesman." / AFP PHOTO / Eesti Paevaleht / RAIGO PAJULA ORG XMIT: JSK02
    Em foto de abril de 2004, o então presidente italiano, Carlo Azeglio Ciampi, durante cerimônia na Estônia

    Antes disso, ele havia estudado literatura grega clássica e batalhado nas forças de resistência durante a Segunda Guerra (1939-1945). Ciampi foi premiê entre 1993 e 1994, o primeiro não parlamentar a ocupar o cargo em um século. Em seguida, foi ministro das Finanças entre 1996 e 1999.

    Foi nessa pasta que ele desempenhou um de seus principais papéis –garantir o lugar da Itália na zona do euro, apesar da desconfiança em relação às contas do país. Também foi presidente da Itália de 1999 a 2006, cargo de importância principalmente cerimonial na Itália.

    Havia expectativa de que ele assumisse a Presidência por um segundo mandato, o que foi chamado de "Ciampi-bis". Ele, no entanto, recusou essa ideia em 2006.

    MÁFIA

    O trabalho do ex-presidente durante os anos 1990 chocou-se contra diversas resistências, como a desvalorização da então moeda italiana, a lira, e a onda de assassinatos realizadas pela máfia. Ele afirmou ter temido, àquela época, um golpe de Estado.

    Uma de suas bandeiras, quando presidente, foi a unificação da Europa em torno de uma Constituição. O projeto foi rejeitado pela França e pela Holanda em 2005.

    Matteo Renzi, premiê italiano, reagiu à morte de Ciampi afirmando que o ex-presidente havia servido o país "com paixão", ao qual trabalhou sem cessar. Enrico Letta, ex-premiê, disse por sua vez que "um de nossos pais nos deixou". "Se a Itália é ainda um grande país, então temos uma enorme dívida de gratidão com Ciampi."

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