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    Farc estrearão em maio de 2017 como partido político na Colômbia

    SYLVIA COLOMBO
    ENVIADA ESPECIAL A BOGOTÁ

    19/09/2016 02h10

    As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram neste domingo (18), durante conferência que realizam nos Llanos del Yarí, em San Vicente del Caguan, que devem se lançar como partido político no dia 27 de maio de 2017. A ideia é que, sob a nova sigla, participem das eleições legislativas e presidenciais de 2018.

    Até maio, cumprindo acordo com o governo colombiano, a guerrilha terá terminado as três fases da entrega de suas armas e dissolverão a cúpula do movimento como se configura atualmente. A data escolhida deve-se ao fato de que foi em 27 de maio de 1964 que a agrupação foi fundada com esse nome.

    Luis Acosta/AFP
    Guerrilheiros celebram durante conferência das Farc, em Llanos del Yari, do departamento de Caqueta
    Guerrilheiros celebram durante conferência das Farc, em Llanos del Yari, do departamento de Caqueta

    As Farc continuarão reunidas até a próxima sexta-feira (23). Até lá, os líderes da guerrilha e 200 representantes das mais de 80 frentes espalhadas pelo país devem decidir se aprovam ou não todos os itens do acordo de paz elaborado com o governo, em Havana.

    Uma vez passada essa instância, o líder das Farc, Rodrigo "Timochenko" Londoño, participará da assinatura do acordo junto ao presidente colombiano, Juan Manuel Santos, em cerimônia a ser realizada em Cartagena, no dia 26.

    Para o pacto ser implementado, porém, será necessária ainda sua aprovação em plebiscito, em 2 de outubro.

    Santos reuniu-se neste domingo (18) com o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, em Nova York. O encontro traçou estratégia para envolver a comunidade internacional num fundo de ajuda à Colômbia para a retirada das minas terrestres do interior do país.

    Os EUA anunciaram que vão colaborar com cerca de US$ 55 milhões, mas Santos estima serem necessários quase US$ 300 milhões para erradicar o problema.

    Segundo dados do governo, de 1990 para cá, houve mais de 11 mil acidentes com minas terrestres. Trata-se do segundo país com mais minas ainda instaladas no mundo, depois do Afeganistão.

    "A garantia de que os camponeses possam voltar às suas terras será um ponto-chave para consolidar a pacificação do país. Enquanto houver minas na região rural, a guerra continuará matando, ainda que se interrompam as hostilidades", disse Kerry.

    Segundo o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, há mais de 6,8 milhões de colombianos que deixaram suas propriedades no campo para fugir da violência. A presença de minas em suas propriedades é uma das razões pelas quais preferem instalar-se nas periferias dos centros urbanos.

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