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    Aleppo volta a registrar ataques aéreos após fim de cessar-fogo na Síria

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    19/09/2016 10h22 - Atualizado às 17h24

    Setores da cidade de Aleppo, no norte da Síria, controlados pelos rebeldes opositores ao ditador Bashar al Assad foram alvo de bombardeios aéreos e de artilharia nesta segunda-feira (19).

    Os ataques aconteceram menos de uma hora depois que o Exército sírio anunciou o fim da trégua vigente, constataram jornalistas da agência de notícias AFP.

    Foram registrados bombardeios nos bairros de Sukari e Amiriya, dois setores no leste da cidade, e também no norte, segundo a ONG britânica Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

    Caminhões de ajuda humanitária também foram atingidos perto da cidade de Aleppo, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, que afirmou que o comboio foi alvo de ataque aéreo sírio ou russo. As Nações Unidas confirmaram que o comboio foi atingido e criticaram o ataque.

    O secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou que a Rússia —principal aliada de Assad— não cumpriu sua parte no acordo que implementou a trégua de sete dias a partir do último dia 12. Por isso, disse Kerry, Washington não pode cooperar militarmente com Moscou.

    Louai Beshara/AFP
    Mulheres sírias caminham em meio a prédios destruídos em bairro controlado por Assad na cidade de Homs
    Mulheres caminham em meio a prédios destruídos em bairro controlado por Assad na cidade de Homs

    Mais cedo nesta segunda, o general do Exército russo Serguei Rudskoi afirmou que não fazia sentido manter a trégua após violações dos rebeldes.

    "Considerando que as condições do cessar-fogo não estão sendo respeitadas pelos rebeldes, consideramos que não faz sentido para as forças do governo russo respeitá-lo de forma unilateral", disse Rudskoi.

    EUA, Rússia e outros atores-chave no processo de paz na Síria se reunirão nesta terça-feira (20) em Nova York, em meio ao início da Assembleia Geral da ONU, informou o Departamento de Estado americano.

    Ministros das Relações Exteriores de 20 países vão discutir a situação no país, devastado por uma guerra civil que já dura seis anos.

    TRÉGUA

    Iniciado no dia 12 e com previsão de duração de sete dias, o cessar-fogo na Síria vinha sendo violado desde o final da semana passada.

    A situação se agravou no sábado (17), quando bombardeios aéreos da coalizão internacional liderada pelos EUA mataram ao menos 62 soldados do regime.

    Assad classificou a ação como "flagrante agressão". Para ele, o incidente mostrou um "crescente apoio dos países opositores da Síria aos terroristas".

    O ditador afirmou ainda que os EUA, potências europeias e regimes sunitas como o da Arábia Saudita, que integram a coalizão internacional, "fazem tudo ao seu alcance" para manter a guerra civil.

    Os EUA expressaram pesar após o ataque aéreo, que aumentou a tensão entre Washington e Moscou.

    Em nota, o Departamento de Defesa americano disse ter interrompido o bombardeio ao que acreditava ser um reduto da facção terrorista Estado Islâmico após ser avisado pela Rússia de que atingira forças de Assad.

    O Reino Unido admitiu ter participado dos bombardeios de sábado, mas que não teria como alvo intencional unidades militares do Exército sírio.

    AJUDA RETIDA

    Continuam retidos na Turquia os dois comboios de 20 caminhões com ajuda humanitária destinada à cidade de Aleppo, no norte da Síria.

    Com provisões suficientes para alimentar 185 mil pessoas, os veículos estão parados na Turquia, disse nesta segunda um porta-voz da ONU. A ajuda humanitária está parada na fronteira há cerca de uma semana.

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