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    Após protestos, polícia libera vídeo de homem negro baleado nos EUA

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    24/09/2016 18h32 - Atualizado às 21h44

    Pressionada pela população e por seguidos protestos que tomaram a cidade de Charlotte, na Carolina do Norte (EUA), a polícia local divulgou neste sábado (24) o vídeo da câmera do carro da polícia e a filmagem da câmera do traje de um dos policiais que participaram da ação que terminou com a morte de um homem negro de 43 anos na terça (20).

    Em ambos os vídeos, não é possível saber com certeza se Keith Lamont Scott carregava uma arma. A família diz que ele estava com um livro na mão.

    O chefe da polícia de Charlotte, Kerr Putney, já vinha afirmando que as gravações não conseguiriam responder conclusivamente se Scott carregava uma arma. "As pessoas podem interpretar qualquer coisa que elas queiram baseadas em uma evidência, e eu digo a vocês, eu suspeito que elas irão, baseadas nessa filmagem. Mas o que eu digo é, você precisa juntar todas as peças", disse Putney neste sábado, em entrevista à imprensa.

    Após a divulgação das gravações da polícia, um dos advogados da família de Scott, Justin Bamberg, disse que as imagens, em vez de trazer clareza ao caso, deixam mais perguntas sem resposta. Ele afirmou ainda que a demora com que Scott saiu do veículo não justifica sua morte.

    Pela primeira vez, a polícia divulgou que, além da arma, Scott estava com maconha. Segundo Putney, esses dois fatores configuram uma "questão de segurança" e motivaram a abordagem dos policiais.

    Os agentes buscavam um suspeito perto de um conjunto de prédios quando viram Scott, que não era a pessoa procurada, dentro de um carro. Segundo a família, ele esperava seu filho chegar da escola.

    Mike Blake/Reuters
    Manifestantes protestam na noite de sexta (23) contra a morte de Keith Lamont Scott, 43, em Charlotte (EUA)
    Manifestantes protestam na noite de sexta (23) contra a morte de Keith Scott em Charlotte (EUA)

    Na sexta-feira (23), foi divulgado que a mulher de Scott, Rakeyia, filmou com um celular os momentos logo antes, durante e depois do incidente.

    O vídeo foi publicado pelo jornal "The New York Times", que o obteve com o advogado da família. No vídeo, de dois minutos e meio, não é possível ver se Scott tinha uma arma e também não é possível ver o momento em que ele é baleado.

    No vídeo de Rakeyia, é possível ouvi-la gritando repetidamente para que os policiais não atirem nele e pedindo para que o marido saia do carro. Ela também diz aos policiais que ele não está armado.

    Rakeyia grita também no vídeo que Scott teve um traumatismo cranioencefálico, indicando que ele pode ter algum tipo de sequela motora. A família afirma que ele sofreu um acidente de motocicleta em 2015.

    No vídeo, ouve-se uma série de tiros e depois Rakeyia filma Scott no chão, ferido, com os policiais em volta. Não é possível ver no vídeo o momento exato que Scott é atingido.

    A mulher de Scott diz aos policiais: "É bom ele não estar morto" e pergunta se eles chamaram uma ambulância. Scott foi morto com um tiro pelo policial Brentley Vinson, também negro.

    Justin Bamberg, advogado da família, disse ao jornal que o vídeo não prova que a polícia tinha ou não razão, mas sim oferece um novo ponto de vista sobre o caso.

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