• Mundo

    Sunday, 28-Apr-2024 19:24:15 -03

    Escritor que postou charge sobre o islã em rede social é assassinado a tiros

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    25/09/2016 09h29

    O escritor e chargista jordaniano Nahed Hattar foi assassinado neste domingo (25), em Amã, quando saía de um tribunal onde era julgado pela difusão de uma caricatura considerada ofensiva ao Islã, informou a agência oficial Petra.

    O assassino, que matou Hattar com três tiros, foi detido, mas não teve a identidade revelada.

    O fato aconteceu diante do tribunal de Abdali, centro de Amã, capital da Jordânia, segundo testemunhas.

    Nahed Hattar, de 56 anos, de religião cristã, foi detido em 13 de agosto depois de postar em sua página no Facebook uma charge na qual debochava dos extremistas do grupo sunita Estado Islâmico (EI).

    Ahmad Alameen/AFP
    The shoe of prominent Jordanian writer Nahed Hattar is seen at the site where he was assassinated as Jordanian forensics inspect the scene outside a court in Amman where he was facing charges for sharing a cartoon deemed offensive to Islam, state news agency Petra reported on September 25, 2016. Hattar was struck by three bullets before the assailant was arrested, said Petra. Witnesses told AFP that a man had opened fire in front of the court in Amman's Abdali district. / AFP PHOTO / AHMAD ALAMEEN ORG XMIT: amm02
    Sapato do escritor Nahed Hattar que ficou na calçada onde ele foi assassinado com três tiros

    Hattar havia sido acusado pelas autoridades de "insulto ao Islã". O Islã proíbe qualquer tipo de representação de Deus.

    Em setembro passado, Hattar foi colocado em liberdade sob fiança, à espera do julgamento que aconteceria este domingo.

    Depois de ter causado grande comoção nas redes sociais, o escritor tirou a charge —que não é de sua autoria— de sua página.

    Hattar explicou que a charge criticava "os terroristas e a forma que se imaginam no paraíso, e que de forma alguma ofende Deus".

    A Jordânia é membro ativo da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos e combate o grupo EI no Iraque e na Síria.

    O reino, que há anos teme um contágio da ameaça extremista em seu território, foi cenário nos últimos tempos de dois atentados, um contra seus serviços secretos (cinco mortos) e outro, reivindicado pelo EI, contra guardas da fronteira (sete mortos).

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024