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    França, EUA e Reino Unido acusam Rússia após bombardeios em Aleppo

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    25/09/2016 12h55 - Atualizado às 17h21

    Novos bombardeios das forças sírias e russas neste fim de semana deixaram ao menos 124 mortos em áreas controladas pelos rebeldes em Aleppo, cidade no norte do país. Desses, 19 são mulheres e crianças, segundo a ONG britânica Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

    França, EUA e Reino Unido convocaram reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU neste domingo (25) e acusaram a Rússia de cometer "crimes de guerra" em Aleppo. Eles insistiram ainda para que Moscou interrompa os bombardeios que faz em apoio ao regime do ditador Bashar al-Assad.

    A embaixadora americana na ONU, Samantha Power, afirmou que foram registrados mais de 150 bombardeios em Aleppo nas últimas 72 horas e acusou o regime sírio e a Rússia de lançar uma "ofensiva total". Segundo Power, em Aleppo "o que a Rússia apoia e faz não é luta antiterrorista, é barbárie".

    A ofensiva foi a mais letal desde o início da guerra civil, em 2011. Apesar da acusação, a reunião do Conselho terminou sem a definição de medidas contra Moscou.

    NEGOCIAR É INÚTIL

    Grupos rebeldes na Síria disseram neste domingo (25) que a escalada de bombardeios feitos com apoio da Rússia em Aleppo tornam qualquer processo de paz inútil e pedem a suspensão imediata dos combates e entrega de suprimentos enviados pela ONU.

    O comunicado foi assinado por mais de 30 grupos, incluindo a maior facção rebelde, apoiada indiretamente pela Turquia. EUA e Rússia buscam negociar um acordo de paz para a Síria na ONU e, assim, tentam encerrar uma guerra civil que já dura cinco anos.

    No documento, os rebeldes dizem que não podem aceitar a "Rússia como patrocinador [do acordo] porque ela é parceira do governo [do ditador Bashar al-Assad] nos crimes contra nosso povo".

    O documento também acusa os bombardeios feitos com ajuda da Rússia de usar napalm (líquido incendiário) e armas químicas sem serem contidos pela comunidade internacional.

    Os rebeldes dizem que Assad usou armas mais poderosas na tentativa de recuperar Handarat, um campo de refugiados palestinos a poucos quilômetros ao norte de Aleppo, localizado em um terreno elevado com vista para uma das principais estradas de Aleppo e ocupado durante anos pelos rebeldes.

    "Retomamos o acampamento, mas o regime o incendiou com bombas... Fomos capazes de protegê-lo, mas o bombardeio destruiu nossos veículos", disse o comandante Abu al-Hassanien em uma sala de operações rebelde que inclui as principais brigadas para combater o ataque do Exército sírio.

    O Exército, auxiliado por milícias apoiadas pelo Irã, pelo grupo xiita libanês Hizbollah e uma milícia palestina, reconheceu a retomada de Handarat pelos rebeldes no sábado.

    "O Exército sírio está mirando nas posições de grupos armados no acampamento de Handarat", disse uma fonte militar, segundo a mídia estatal.

    O regime de Assad anunciou na quinta-feira (22) o início de uma nova e grande campanha militar para recuperar Aleppo, intensificando os ataques e o uso de armas poderosas no que os rebeldes chamam de campanha de "choque e pavor" que visa à devastação.

    De acordo com rebeldes e moradores, aviões russos continuaram sobrevoando áreas residenciais de Aleppo, derrubando edifícios.

    O ataque a Aleppo, onde mais de 250 mil civis estão encurralados, pode ser a maior batalha em uma guerra civil que já matou 400 mil pessoas e deixou 11 milhões de desabrigados.

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