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    eleições nos eua

    Em choque de estilos, primeiro debate termina sem nocaute

    MARCELO NINIO
    DE WASHINGTON

    27/09/2016 01h07

    Os debates presidenciais nos EUA unem duas das maiores paixões dos americanos, a televisão e o presidente. E nenhum antes havia gerado tamanha expectativa como o primeiro cara a cara entre Hillary Clinton e Donald Trump na campanha.

    Quando o confronto é entre uma candidata com larga experiência na política e outro com traquejo de sobra diante das câmeras, qual dos dois leva vantagem?

    Hillary cumpriu o papel da política tradicional, com discurso bem treinado e voz pausada. Trump começou apagado, mas logo retomou o discurso provocativo, vago e de frases feitas que o levou a ser o candidato republicano.

    Em grande parte do duelo, a sensação foi de que havia duas conversas paralelas, e não um debate. Hillary foi a primeira a partir para o ataque, dizendo que Trump sempre foi rico, enquanto ela conhecia de verdade as necessidades da classe média por ter vindo de origem humilde.

    Trump devolveu fogo, acusando Hillary pelo desemprego e pela insegurança, entre outras mazelas.

    Foi um choque de estilos que provocou faíscas em muitos momentos. Fiel a seu histórico, Trump quebrou o protocolo, interrompendo Hillary várias vezes com frases curtas, contestando o que ela dizia. Com a tela dividida, os cerca de 100 milhões de espectadores previstos só nos EUA podiam ver a fisionomia dos dois o tempo todo.

    Exposição máxima, e nesse quesito o exibicionista Trump está em casa, com a experiência de 13 temporadas como apresentador de reality. Enquanto Hillary falava, ele fazia caretas, desviando a atenção dela. Na era das imagens instantâneas, isso foi uma vantagem para Trump.

    Hillary, no lado direito da tela, sorria como se não estivesse levando a sério o bilionário, um erro que custou caro aos 16 pré-candidatos republicanos que ele derrotou.

    Mas Hillary se desvencilhou da névoa criada por Trump para enquadrá-lo por algumas de suas posições, acusando-o de começar sua carreira política montado numa "mentira racista", a de que o presidente Barack Obama não nasceu nos EUA. Competindo em mundos paralelos, os dois mantiveram um empate técnico, repetindo as pesquisas que antecederam o debate.

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