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    Obama nomeia primeiro embaixador dos EUA em Cuba em 55 anos

    MARCELO NINIO
    DE WASHINGTON

    27/09/2016 20h51

    David Goldman/Associated Press
    Jeffrey DeLaurentis, nomeado embaixador dos EUA em Cuba, em foto de janeiro deste ano
    Jeffrey DeLaurentis, nomeado embaixador dos EUA em Cuba, em foto de janeiro deste ano

    Depois de meses de expectativa, o presidente Barack Obama anunciou nesta terça (27) o nome do embaixador dos EUA em Cuba, o primeiro em 55 anos. O escolhido foi o diplomata Jeffrey DeLaurentis, que é desde 2014 o encarregado de negócios dos EUA em Havana.

    A nomeação é mais um passo na reaproximação entre os dois países, iniciada em dezembro de 2014, depois de décadas de hostilidade após o rompimento em 1961, no auge da Guerra Fria.

    No ano passado as embaixadas nos dois países foram reabertas, mas a chefia da americana em Cuba aguardava a nomeação de Obama.

    "Ter um embaixador tornará mais fácil defender nossos interesses e aprofundará nossa compreensão, mesmo sabendo que continuaremos tendo diferenças com o governo cubano", disse o presidente ao fazer o anúncio.

    O degelo nas relações com Cuba é um dos legados de política externa de Obama, que em março deste ano fez uma histórica visita à ilha, a primeira de um presidente americano em 88 anos.

    Mas, às vésperas de deixar a Casa Branca, em janeiro de 2017, Obama terá dificuldades para ver ainda como presidente a aprovação de DeLaurentis no Senado, que tem maioria da oposição republicana.

    Senadores do partido como Marco Rubio e Ted Cruz, ambos filhos de cubanos e fortes opositores à reaproximação, já disseram que barrarão qualquer nome para o posto de embaixador em Havana.

    Basta um senador para vetar uma nomeação e os dois senadores no passado já usaram o poder para protestar contra o governo Obama ou obter concessões.

    Segundo o site "Politico" e outros veículos de imprensa americanos, porém, há cada vez mais apoio bipartidário às relações com Cuba.

    Desde a reaproximação o governo aprovou várias medidas para facilitar os negócios e viagens de americanos em Cuba, incluindo o reinício de vôos regulares, num esforço para tornar o processo irreversível. Mas o fim do embargo econômico à ilha depende do Congresso.

    Em seu anúncio, Obama disse que DeLaurentis é "exatamente o tipo de pessoa" para representar os EUA nessa fase normalização. Diplomata de carreira, esta é a terceira vez que serve em Cuba.

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