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    Lei anticorrupção gera polêmica e críticas na Coreia do Sul

    SONG JUNG-A
    DO "FINANCIAL TIMES", EM SEUL

    29/09/2016 12h08

    Varejistas e donos de restaurantes na Coreia do Sul estão começando a oferecer caixas de presentes e cardápios fixos mais baratos, enquanto a quarta maior economia da Ásia promulga uma nova e rígida lei contra propinas, dentro de um esforço para combater a corrupção flagrante.

    Jantares caros sempre fizeram parte do fechamento da maior parte dos contratos comerciais no país, ao lado de presentes de alto valor e saídas para jogar golfe. Mas a nova lei, que afeta 4 milhões de funcionários públicos, professores e jornalistas e entrou em vigor nesta semana, limita a apenas 30 mil wons (US$27) o valor das refeições que podem ser oferecidas a eles. O valor máximo permitido para o jabá é 50 mil wons. Infrações às novas regras podem ser punidas com prisão e uma multa enorme.

    Kim Hong-Ji/Reuters
    Pratos com cortes de bife em restaurante da Coreia do Sul
    Pratos com cortes de bife em restaurante da Coreia do Sul

    Adotada depois de alguns casos de corrupção ganharem grande destaque na Coreia do Sul este ano, a nova legislação está gerando indignação entre agricultores, varejistas e donos de restaurantes, preocupados com o impacto negativo que terá sobre o consumo interno.

    Altas autoridades governamentais, como o ministro das Finanças, Yoo Il-ho, e o presidente do Banco da Coreia, Lee Ju-yeol, declararam que a nova lei representa um risco para o crescimento econômico do país. O Instituto de Pesquisas Econômicas da Coreia do Sul estima que os prejuízos comerciais anuais para os setores afetados chegarão a cerca de 11,6 trilhões de wons.

    Outras empresas sul-coreanas também tiveram que pensar em maneiras de fazer negócios sem recorrer a hospitalidade corporativa excessiva. Grandes empresas sul-coreanas, incluindo LG Group, SK Holdings e Hyundai Capital, vêm promovendo sessões informativas para seus funcionários para orientá-los a cumprir a lei.

    A nova legislação foi confirmada pela Corte Constitucional em julho. Muitos setores na Coreia do Sul saudaram a decisão como divisor de águas para um país onde a corrupção continua a correr solta, não obstante o desenvolvimento econômico acelerado. No ano passado a Transparency International classificou a Coreia do Sul em 27º lugar entre os 34 países da OCDE em sua lista de países corruptos.

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