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    Israelenses viajam pelo país para homenagens a Shimon Peres

    MIRIAM SANGER
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM JERUSALÉM

    29/09/2016 21h49

    O primeiro dia de homenagens ao ex-presidente, ex-premiê de Israel e prêmio Nobel da Paz Shimon Peres, morto na quarta (28), aos 93 anos, foi marcado pelo fluxo constante de milhares de pessoas vindas de todo o país.

    O caixão com o corpo do ex-presidente permaneceu durante o dia frente à entrada principal da Knesset, o Parlamento, envolvido em uma bandeira de Israel.

    Revi Peleg, 41, viajou duas horas a partir do Moshav Yevul, localizado a cinco quilômetros da Faixa de Gaza, para chegar a Jerusalém com seus três filhos.

    "É importante que eles participem dessa última homenagem e ouçam a respeito das qualidades de um homem que respeitou a todos e sempre buscou o caminho da paz", contou. Como Peleg, muitos outros pais levaram seus filhos à homenagem.

    Meny Menashes, 24, estudante do Technion (Instituto de Tecnologia de Haifa), viajou a Jerusalém vestido com uma bandeira de Israel.

    "Já não existe ninguém como ele, que mudou o rumo da história", disse.

    "Durante seus anos como presidente, ele foi o 'colete de segurança' de Israel. Ele foi um ícone do país. Agora estamos vivendo a sensação de um filho que perde seu pai", segundo Menashes.

    Já Ilana Lambert, 49, professora de literatura inglesa que vive há dois anos em Israel, disse que cresceu em Nova York ouvindo falar sobre a paz defendida por Shimon Peres.

    "Espero que haja alguém à altura para tomar o seu bastão. Talvez exista alguém, ainda desconhecido do público, não consigo imaginar ninguém que já conheçamos", afirmou ela.

    Mesmo que abertamente contrários a alguns dos mais fortes ideais de Peres –como a criação de um Estado palestino–, diversos grupos de estudantes de escolas talmúdicas (yeshivás) também estiveram presentes.

    "Um homem de 93 anos comete muitos erros ao longo da vida. Mesmo assim, o ex-presidente Peres dedicou a vida ao seu povo e merece nosso respeito", afirmou Moshe Cohen, 20, estudante de Jerusalém.

    MOVIMENTAÇÃO

    Cerca de 80 líderes de governos, além de personalidades internacionais, desembarcarão no país até as primeiras horas desta sexta-feira (30), quando será realizado o enterro.

    Cerca de 40 vôos particulares estão previstos para aterrissar no aeroporto Ben Gurion. Isso acontece nos dias de maior circulação no local, em função da celebração do ano novo judaico, comemorado por dois dias a partir da noite deste domingo (2).

    Até lá, 160 mil israelenses devem utilizar o aeroporto para chegar ou sair do país.

    O silêncio de 24 horas das nações árabes frente à notícia da morte do ex-presidente foi quebrado nesta quinta-feira (29) pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

    Ele confirmou pela manhã a sua participação no enterro de Peres.

    Antes dele, apenas um ministro do Bahrein havia enviado uma nota de condolências à família Peres.

    Também confirmaram, nesta quinta-feira (29), presença no enterro os ministros do Exterior do Egito e da Jordânia. De acordo com o que tem sido veiculado na imprensa local, o governo israelense ainda aguarda decisões de última hora de outras autoridades sobre a participação.

    Por motivos de segurança, as principais estradas de acesso a Jerusalém estarão fechadas durante várias horas do dia nesta sexta (30).

    Oito mil policiais foram destacados para atuar na segurança da cidade, e o governo anunciou esforços intensivos no monitoramento das mídias sociais.

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