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    Após polêmica, presidente filipino nega ter se comparado a Hitler

    DA REUTERS

    01/10/2016 08h25

    O porta-voz do presidente filipino, Rodrigo Duterte, saiu em sua defesa neste sábado (1º) após a controvérsia causada pelo líder do país asiático ao dizer que "ficaria feliz" em exterminar 3 milhões de usuários de drogas e traficantes no país.

    As declarações de Duterte sobre a morte de traficantes e usuários de drogas nas Filipinas sob seu governo e o genocídio de judeus no Holocausto foram "duas coisas completamente diferentes", disse seu porta-voz, Ernesto Abella, em um dos dois comunicados divulgados neste sábado —nenhum deles com qualquer tipo de pedido de desculpas.

    Erik de Castro - 24.ago.2016/Reuters
    Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, faz gesto durante visita a campo militar no país
    Presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, faz gesto durante visita a campo militar no país

    "A referência do presidente ao assassinato foi um desvio oblíquo do modo como ele tem sido retratado, como um assassino em massa, um Hitler, um rótulo que ele rejeita", disse Abella. "Ele então chega a uma conclusão oblíqua de que, enquanto o Holocausto foi uma tentativa de exterminar futuras gerações de judeus, as chamadas 'mortes extrajudiciais' erroneamente atribuídas a ele vão resultar na salvação da próxima geração de filipinos", completou.

    Nesta sexta-feira (30), Duterte disse a repórteres que havia sido "retratado como um primo de Hitler" por críticos. Observando que Hitler assassinou milhões de judeus, o presidente afirmou: "Existem 3 milhões de viciados em drogas (nas Filipinas). Eu ficaria feliz de massacrá-los".

    "Se a Alemanha teve Hitler, as Filipinas teriam...", disse ele, fazendo uma pausa e apontando para si mesmo. "Vocês conhecem minhas vítimas. Eu gostaria que fossem todas criminosas para encerrar o problema do meu país e salvar a próxima geração da perdição".

    Duterte conquistou a Presidência em uma eleição em maio com a promessa de acabar com as drogas e a corrupção no país de 100 milhões de habitantes. Ele assumiu no dia 30 de junho, e mais de 3.100 pessoas foram mortas desde então, a maioria supostos usuários de drogas e traficantes, em operações policiais e execuções de homens armados.

    Seus comentários foram logo repudiados por grupos judaicos e prejudicaram a já delicada relação com os EUA, com quem Manila mantinha bom relacionamento antes da eleição de Duterte.

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