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    Votação no plebiscito sobre a paz na Colômbia é encerrada

    SYLVIA COLOMBO
    ENVIADA ESPECIAL A BOGOTÁ

    02/10/2016 18h26 - Atualizado às 18h28

    Às 16h (18h de Brasília) foram fechadas as urnas do plebiscito da paz na Colômbia. Agora, começa a apuração que deve se estender pelas próximas horas. Não foram divulgados ainda os índices de comparecimento e de abstenção. Os 33 milhões de eleitores foram chamados a votar se aprovam ou não o acordo de paz assinado entre o governo colombiano e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

    Os colombianos que saíram para votar enfrentaram fortes chuvas e alguns alagamentos devido aos efeitos do furacão Matthew, que afetou especialmente a região da costa e causou temporais durante toda a manhã em Bogotá.

    Sob guarda-chuvas e vestidos de branco, o presidente colombiano e a família foram logo cedo ao posto de votação da Plaza Bolívar, no centro. O mandatário fez alusão ao fato de que o dia 2 de outubro era o do nascimento de Gandhi. "Esse personagem da história universal que nos ensinou tanto sobre a cultura da não violência. Quero ressaltar essa feliz coincidência porque nós, aqui na Colômbia, também devemos adotar essa cultura."

    Diana Sanchez/AFP
    Supporters of Colombian President Juan Manuel Santos hold a sign reading "Yes" ahead of Sunday referendum during a volleyball match between Colombian and Rwanda in Bogota, Colombia, on October 1, 2016. Colombians will vote a referendum Sunday on whether to ratify a historic peace accord to end the 52-year war between the state and the communist FARC rebels. The accord will effectively end what is seen as the last major armed conflict in the Western Hemisphere. The war has killed hundreds of thousands of people and displaced millions. / AFP PHOTO / Diana SANCHEZ ORG XMIT: DSM
    Apoiadores de Juan Manuel Santos com cartaz de apoio ao "sim" no plebiscito

    Já o chefe da campanha do "sim", o ex-presidente César Gaviria, pediu que os colombianos enfrentassem o mau tempo. "Hoje chove. Então que chova, haja trovões e relâmpagos, mas ainda assim convido os colombianos a virem a votar", disse, ao colocar seu voto na urna.

    O grande temor dos governistas é que houvesse hoje uma abstenção muito alta (estimava-se que seria entre 40 e 50%), o que poderia colocar em risco a necessidade de o "sim" alcançar os 13% do eleitorado (ou seja, 4,5 milhões de votos), necessário para sua aprovação.

    OS DO NÃO

    Do lado do "não", o ex-presidente Álvaro Uribe acusou Santos de ter feito pressão sobre prefeitos e governadores. "Eles foram induzidos a comprar votos", disse, acrescentando que rebaixar o patamar constitucional para plebiscitos, de 50% para 13% era algo inconstitucional.

    Outro defensor do "não" a comparecer cedo, com a família e munido de guarda-chuvas, foi o ex-procurador Alejandro Ordoñez Maldonado, que declarou que o acordo "pode servir para impor o que foi acordado com a guerrilha, mas nunca para alcançar a concórdia nacional. A polarização não serve para construir paz."

    Segundo o ministro da Defesa, Luis Carlos Villegas, não houve incidentes graves durante a votação e foi "uma jornada absolutamente tranquila, sem incidentes de ordem pública".

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