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    Desespero de Trump ronda debate final da campanha eleitoral americana

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    ENVIADA ESPECIAL A LAS VEGAS

    19/10/2016 02h00

    Donald Trump e Hillary Clinton se enfrentarão no terceiro e último debate da eleição presidencial, nesta quarta (19), na cidade que vive sob o lema "o que acontece em Las Vegas, fica em Las Vegas".

    A expectativa, contudo, é por um confronto de alta voltagem que acirre a polarização por todo o país. E o empresário tem pouco a perder.

    Na preferência nacional, em média de pesquisas, Hillary tem 46%, e Trump, 39%. No Colégio Eleitoral, sistema no qual 538 representantes apontam o presidente a partir do nome mais votado em seus Estados, estima-se 256 votos dela e 170 dele (dos 112 restantes, a maioria tende à democrata).

    Win McNamee/Getty Images/AFP
    Dublês de Donald Trump e Hillary Clinton durante ensaio nesta terça para o debate final, em Las Vegas
    Dublês de Donald Trump e Hillary Clinton durante ensaio nesta terça para o debate final, em Las Vegas

    Para especialistas, ainda que Trump perca, o trumpismo está só no começo. O empresário já estaria negociando ter um programa de TV, plataforma para suas ideias após o pleito, e investe no discurso de que a votação será fraudada. À tese faltam evidências, mas sobra apoio popular.

    Segundo sondagem da Morning Consult, 41% do eleitorado concorda com a premissa. Ainda que rarefeitas, as chances do republicano não são subestimadas por democratas: a candidatura dele já resistiu a outros atestados de óbito.

    BAIXARIAS

    Forte cabo eleitoral de Hillary, o presidente Barack Obama pediu na terça (18) que Trump "pare de choramingar".

    A primeira-dama Michelle Obama fez dois dos discursos mais marcantes da campanha. Da convenção democrata, ainda ecoa sua frase sobre a espiral de baixarias : "Quando eles descem o nível, nós o elevamos".

    Três meses depois, várias mulheres acusaram Trump de apalpá-las e beijá-las à força. Ele revidou evocando escândalos sexuais de Bill Clinton.

    O buraco afunda mais. O bilionário sugeriu que a adversária estava dopada no segundo debate e que os dois deveriam passar por um teste de doping. Já democratas, também sem provas, associaram a cocaína fungadas que Trump deu na ocasião.

    Na semana passada, Michelle condenou a fama de predador sexual de Trump. "Não é mais sobre política, é sobre decência humana básica." O tom contrasta com o distanciamento que Hillary mantém do assunto.

    Quando recrimina o histórico sexual do rival, ela desvia para outros grupos sob ataque, como latinos. O assunto atinge um nervo, e não só pelo passado do marido. Sua tentativa de desqualificar mulheres envolvidas com Bill inclui reações como "eu a crucificaria".

    Democratas temem que Trump lance outra cartada dramática. No último debate, ele convidou quatro dessas acusadoras, sentadas a poucos metros de Bill.

    O WikiLeaks, que vazou e-mails do chefe de campanha de Hillary, é outro ponto fraco —há mensagens comprometedoras, como as que trazem trechos de discursos privados dela em Wall Street.

    O governo do Equador, que abriga o fundador do site, Julian Assange, em sua embaixada londrina, admitiu ter cortado a internet do hóspede, para não intervir, por tabela, nas eleições americanas.

    GUERRA E PAZ

    Enquanto isso, acumulam-se episódios que escancaram o acirramento de ânimos. Explosivo foi o ataque a um escritório republicano na Carolina do Norte, no fim de semana: uma bomba queimou paredes e cartazes. Numa fachada, o grafite de uma suástica e a frase: "Republicanos nazi".

    Democratas locais começaram uma campanha virtual para ajudar os rivais. "Não é assim que americanos resolvem suas diferenças", dizia o texto do projeto.

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