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    eleições nos eua

    Tese de marmelada na eleição move comício de Trump no Colorado

    MARCELO NINIO
    ENVIADO ESPECIAL A COLORADO SPRINGS (COLORADO)

    18/10/2016 23h31

    "Há muita coisa que não sabemos. Tenho certeza que vão tentar nos roubar esta eleição", diz Antonia Miranda, 26, segurando um cartaz de Donald Trump num comício do candidato republicano nesta terça (18) em Colorado Springs (centro-oeste dos EUA), acompanhado pela Folha.

    A três semanas da eleição, a suspeita de que o resultado será fraudado em benefício da democrata Hillary Clinton espalhou-se como rastilho de pólvora entre parte dos simpatizantes do bilionário.

    Em seu discurso, Trump voltou a acusar "Hillary trapaceira"e a "grande mídia desonesta" de um conluio para roubar a eleição. Para seus seguidores, soou como música.

    "A imprensa criou um sistema fraudulento e envenenou muita gente", disse o republicano, apontando para os jornalistas credenciados para o evento, que logo foram alvo de enorme vaia.

    Marcelo Ninio/Folhapress
    Família simpatizante de Trump usa mascaras do candidato em comício no Colorado nesta terça (18)
    Família simpatizante de Trump usa mascaras do candidato em comício no Colorado nesta terça (18)

    Em queda acentuada nas pesquisas desde a revelação de um vídeo de 2005 em que faz comentários obscenos sobre mulheres e de ser acusado por várias de agressão sexual, Trump pareceu imune ao inferno astral aos olhos de seus simpatizantes, que compraram a versão de que ele é vítima de uma grande conspiração orquestrada por Trump. Incluindo mulheres.

    "É inaceitável que essas mulheres apareçam na reta final da campanha para difamá-lo sem provas. Onde vamos parar?", indignou-se Cindy McFadden. Ela diz concordar com Trump que os comentários obscenos são "conversa de vestiário". "Tenho filhos, sei que homens falam assim. E olha, muitas mulheres dizem coisas até piores."

    McFadden, na casa dos 50, foi tirar satisfação com três jovens anti-Trump que apareceram no comício com camisas pretas com a frase "pegue-as pela xoxota", dita pelo bilionário no vídeo de 2005.

    "Fizemos as camisas ontem à noite e viemos dizer que não aceitamos que tratem mulheres desse jeito. Isso é cultura do estupro", contou Olivia Rice, 18, estudante de música da Universidade do Colorado. Nem ela nem suas amigas, porém, votará em Hillary, em quem dizem não confiar. As três darão o primeiro voto presidencial de suas vidas para o libertário Gary Johnson.

    Em meio à turbulência da candidatura de Trump, Hillary continua subindo nas pesquisas. Se agora, na média do site "RealClearPolitics", ela tem 6,9 pontos de vantagem, na véspera do primeiro debate, há pouco menos de um mês, os dois estavam praticamente empatados.

    Para o bilionário, as pesquisas não são confiáveis e fazem parte de uma conspiração contra si. Ele disse a seu público para apostar que a eleição presidencial de 8 de novembro desmentirá as sondagens da mesma forma como ocorreu no "brexit" (decisão dos eleitores britânicos de deixar a União Europeia).

    No Colorado, um dos chamados Estados-pêndulo por não ter histórico de fidelidade a um dos partidos e que são considerados decisivos, o declínio de Trump foi ainda maior. Segundo pesquisa da Universidade Quinnipiac, Hillary abriu oito pontos de vantagem, beneficiada principalmente pelo apoio das mulheres e dos latinos.

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