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    Mulheres fazem greve na Argentina após estupro e morte de jovem

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    19/10/2016 16h42 - Atualizado às 21h35

    Vestidas de preto, mulheres da Argentina paralisaram suas atividades entre 13h e 14h (14h e 15h em Brasília) nesta quarta-feira (19) para protestar contra a violência de gênero.

    A greve, convocada pela campanha "Ni Una Menos" (nenhuma a menos, em português), reflete a comoção que tomou o país após o assassinato de Lucía Pérez, 16, na cidade de Mar del Plata na semana passada.

    Antes de morrer, a adolescente foi drogada e estuprada. Segundo a polícia, Lucía teve um objeto pontiagudo inserido violentamente em sua vagina e ânus, provocando morte por empalamento.

    A promotora Maria Isabem Sanchez declarou a jornalistas que o crime foi uma "agressão sexual desumana". "Eles lavaram o corpo dela e a vestiram para fazer com que parecesse uma overdose."

    Dois homens conhecidos por venderem drogas do lado de fora de uma escola foram presos no domingo (16) e acusados por estupro seguido de homicídio.

    A mãe de Lucía, Marta Montero, ajudou a convocar mulheres para participar da mobilização desta quarta. "Por essas tantas Lucías também se pede justiça. Para que não haja mais Lucías nem famílias destruídas como a nossa", disse ela, em entrevista a uma rádio.

    A hashtag #NiUnaMenos era a mais comentada mundialmente no Twitter nesta quarta por volta das 16h de Brasília.

    Em uma das linhas do metrô de Buenos Aires, uma voz masculina informava no alto-falante pouco depois das 13h que a linha era operada apenas por homens, pois as mulheres haviam se juntado à paralisação. Em algumas estações, era possível ler o slogan "Ni Una Menos" nos letreiros que informam o status das linhas.

    Reprodução/Facebook
    Foto de Lúcia Pérez em sua página no Facebook
    Foto de Lúcia Pérez em sua página no Facebook; jovem foi drogada, estuprada e morta na Argentina

    Segundo os meios de comunicação locais, o Senado encerraria sua sessão mais cedo nesta quarta para que parlamentares pudessem participar de um protesto agendado para as 17h (18h em Brasília) em frente ao obelisco de Buenos Aires.

    Uma mulher é assassinada a cada 30 horas na Argentina, de acordo com a ONG local Assembleia Permanente de Direitos Humanos.

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