Centenas de palhaços profissionais da América Latina protestaram contra a recente onda global de "palhaços assustadores", que afirmam ser prejudicial à imagem da categoria.
Em convenção anual na Cidade do México, eles entoaram em conjunto: "Somos palhaços, não assassinos".
Pessoas vestidas com fantasias de palhaço assustadoras foram inicialmente vistas em agosto nos EUA e, desde então, houve relatos no Reino Unido, na Austrália e no Brasil, que se espalharam rapidamente pelas redes sociais.
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Palhaço agita bandeira mexicana durante conferência da categoria na Cidade do México nesta semana |
Na semana passada, cinco adolescentes vestidos de palhaços foram detidos em Mexicali, no noroeste do México, por estarem assustando pessoas com tacos. Palhaços sinistros também foram vistos em Querétaro, no centro-norte do país.
A histeria recente em torno do assunto levou a polícia em vários países a intensificar patrulhas nos arredores de escolas - em alguns locais lojas de fantasia tiveram que retirar máscaras de palhaço das prateleiras.
Esse fenômeno também fez a rede de lanchonetes McDonald's limitar as aparições em eventos públicos de seu mascote, Ronald McDonald.
INSEGURANÇA
Mas quem ganha a vida profissionalmente como palhaço decidiu combater esta onda, esperando reverter a percepção negativa criada em torno da atividade.
"Há mais bem do que mal no mundo. Palhaços nos mostram que somos boas pessoas, e buscamos fazer nosso trabalho da melhor forma possível", disse o palhaço Hoi Hoi à agência de notícias Reuters.
O palhaço argentino Plug Fluorescente disse não ver "nenhuma graça" nos palhaços bizarros. Outros estavam preocupados com a segurança dos palhaços profissionais.
"Se as pessoas veem no jornal que somos maus, elas podem pegar uma machadinha ou uma arma e matar um palhaço", disse Tomas Morales, presidente da Irmandade de Palhaços Latinos.
Palhaços latino-americanos se envolveram em uma polêmica em 2013, quando um deles foi acusado de matar um ex-líder de um cartel mexicano de drogas. Na convenção daquele ano, eles negaram a acusação, argumentando que suas fantasias eram roubadas com frequência e usadas para cometer crimes.
A convenção anual, conhecida localmente como "Reis da Risada", reúne palhaços de todo o continente. Só no México, há cerca de 10 mil profissionais, segundo a Associação Latino-Americana de Palhaços.