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    Caracas tem marcha de mulheres por referendo contra Nicolás Maduro

    DA AFP

    22/10/2016 18h51

    "Venezuela, corajosa, será libertada!", gritaram mulheres que marcham neste sábado (22), em Caracas, em protesto pela suspensão do processo de referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro.

    "Vamos aparecer nas ruas e lutar pelo revogatório", disse à imprensa Lilian Tintori, mulher do opositor preso Leopoldo López, uma das principais promotoras da mobilização.

    "Você pode ficar todo dia na fila para comprar comida e, ainda assim, não conseguir o que precisa (...), e o governo bloqueia as soluções para a crise", reclamou Nayiber Bracho, 30, uma das manifestantes, em entrevista à AFP.

    Federico Parra/AFP
    Opponents to President Nicolas Maduro's government march during a demonstration in Caracas on October 22, 2016. A group of women, led by Lilian Tintori, wife of imprisoned opposition Leopoldo Lopez, march in Caracas to protest the suspension of the recall referendum against President Nicolas Maduro as the opposition considered a breach of constitutional order.
    Opositores de Maduro fazem marcha em Caracas neste sábado (22), em favor do referendo

    Convocada por Tintori e por outras lideranças da oposição, como a ex-deputada María Corina Machado, a marcha das "corajosas" saiu de quatro pontos diferentes de Caracas para chegar à estrada Francisco Fajardo, principal artéria da cidade.

    "Hoje começa uma nova etapa de luta contra a ditadura, a etapa definitiva", disse María Corina.

    "Vamos fazer valer a maioria que o povo, que nos elegeu, nos deu", afirmou a deputada Gabriela Arellano, em discurso em um dos pontos de concentração para a manifestação deste sábado.

    Na sexta-feira (22), a coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) advertiu que "chegou a hora" de definições no país, depois que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) voltou a adiar a coleta de quatro milhões de assinaturas necessárias para convocar a consulta contra Maduro.

    Em nome da MUD, o ex-candidato presidencial Henrique Capriles anunciou ontem uma grande mobilização nacional para a próxima quarta-feira: "Vamos tomar a Venezuela de ponta a ponta".

    DIÁLOGO

    Ao suspender o processo para a realização do referendo, o CNE disse "acatar" sentenças judiciais de tribunais regionais que anularam a coleta anterior de assinaturas sob alegação de fraude, após milhares de recursos legais terem sido apresentados por dirigentes do chavismo.

    Nesse clima, o Parlamento, de maioria opositora, prepara uma sessão especial para este domingo (23), durante a qual promete anunciar medidas concretas contra a paralisação do processo.

    Em meio a essa nova escalada de tensões, o vice-presidente, Aristóbulo Istúriz, informou que delegados da situação e da oposição vão se reunir em separado, neste fim de semana, com uma missão internacional liderada pelo ex-chefe de governo espanhol José Luis Rodríguez Zapatero. O objetivo é conseguir estabelecer um diálogo.

    Em nota divulgada neste sábado pelo ministério argentino das Relações Exteriores, 12 países da Organização dos Estados Americanos (OEA) mostraram sua preocupação com a suspensão do referendo na Venezuela e pediram ao governo Maduro que encontre caminhos para dialogar.

    "Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Estados Unidos, Honduras, Guatemala, México, Peru e Uruguai (...) expressam sua profunda preocupação com a decisão adotada pelo Conselho Nacional Eleitoral da República Bolivariana da Venezuela de adiar o processo de coleta de 20% do padrão eleitoral", denunciou o texto.

    Na sexta (21), o presidente do Parlamento de maioria opositora, Henry Ramos Allup, anunciou que dirigentes da MUD viajarão para Washington "nos próximos dias" para pedir ao secretário-geral da OEA, Luis Almagro, que aplique a Carta Democrática Interamericana à Venezuela. O instrumento prevê sanções internacionais no caso de ruptura da ordem democrática.

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