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    Ataque reivindicado pelo EI no Paquistão mata ao menos 59 pessoas

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    25/10/2016 07h52 - Atualizado às 07h58

    Ao menos 59 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas em um ataque contra uma academia de treinamento da polícia em Quetta, sudoeste do Paquistão, executado por três homens fortemente armados, mortos após várias horas de confronto.

    A facção terrorista Estado Islâmico reivindicou, nesta terça (25), a autoria do ataque, que ocorreu no fim da noite desta segunda (24).

    Os três homens conseguiram entrar no centro de treinamento da polícia, onde vivem quase 700 cadetes, às 23h30 locais (16h30 em Brasília).

    "Primeiro se dirigiram à torre de vigilância e, após um tiroteio, conseguiram entrar no prédio da academia", informou Mir Sarfaraz Ahmed Bugti, ministro provincial de Assuntos Internos do Baluchisão.

    Rapidamente o exército iniciou uma operação, com o apoio de helicópteros.

    "Quando chegamos ao local vimos que haviam tomado vários recrutas como reféns", disse o general Sher Afgan, comandante do Frontier Corps, unidade paramilitar responsável por operações contraofensivas.

    "Acabamos com o ataque três horas depois de nossa chegada", informou o general, depois de mencionar um intenso confronto.

    "Vi três homens com roupas camufladas, os rostos cobertos e fuzis Kalashnikov", disse à TV uma testemunha que se identificou como um dos cadetes.

    "Eles começaram a atirar e conseguiram entrar nos alojamentos. Eu fugi pulando um muro."

    BANARAS KHAN/AFP
    Pakistani men take care of an injured relative at a hospital in Quetta on October 25, 2016, after an overnight militant attack on the Police Training College Balochistan. The death toll from an overnight attack on a police academy in southwest Pakistan has risen to 58 people with dozens more wounded, officials said, in one of the deadliest extremist attacks this year.
    Parentes cuidam de um dos feridos do ataque em Quetta, reivindicado pelo Estado Islâmico

    AUTORIA

    O general Sher Afgan atribuiu o ataque ao grupo armado Lashkar-e-Jhangvi, aliado aos talibãs.

    Mas a agência Amaq, um dos braços de propaganda do Estado Islâmico, disse que a milícia reivindicava autoria do ataque, dizendo que três militantes do EI "usaram metralhadoras e granadas e depois explodiram suas vestes no meio da multidão".

    Em agosto, um ataque suicida contra um hospital de Quetta deixou 73 mortos, incluindo vários advogados que protestavam contra a morte de um colega em um tiroteio.

    O atentado de agosto foi reivindicado por uma facção talibã, a Jammat-ul-Ahrar, e depois pelo grupo jihadista Estado Islâmico.

    A província do Baluchistão é uma zona-chave para as ambições regionais da China, que quer completar um corredor que lhe permita acesso ao mar da Arábia. Este corredor, que requer investimentos de quase US$ 46 bilhões, já foi cenário de vários atentados de grupos separatistas.

    Ao mesmo tempo, o Exército foi acusado em várias oportunidades de abusos dos direitos humanos na província, remota e de acesso muito difícil, mas rica em recursos.

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