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    Ao deixar a ONU, Ban Ki-moon é favorito à Presidência da Coreia do Sul

    DA REUTERS

    25/10/2016 09h47

    O atual secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon é o provável favorito para ser o próximo presidente da Coreia do Sul —se ele quiser o emprego—, graças ao reconhecimento de seu nome, a uma reputação limpa e ao indefinido campo de rivais.

    Mas competir nas eleições de dezembro de 2017 jogaria Ban em uma arena política bem mais afiada que o mundo diplomático com que ele está acostumado, após dez anos no cargo de chefe das Nações Unidas.

    Ban é discreto sobre seus planos. Ele disse à Reuters na sexta (21) que vai decidir sobre o futuro quando voltar à Coreia do Sul, em janeiro, após passar o cargo para o português António Guterres.

    O coreano, porém, disse estar consciente das "expectativas de muitas pessoas na Coreia para que eu esteja disponível para um futuro melhor para a Coreia".

    Frederick Florin/AFP
    UN Secretary-General Ban Ki-moon gestures prior a voting session on the UN Climate Change agreement struck in Paris last year at the European Parliament in Strasbourg, eastern France, on October 4, 2016. The European Parliament overwhelmingly backed the ratification of the Paris climate deal, in a vote attended by UN chief Ban Ki-moon that paves the way for the landmark pact to come into force globally. / AFP PHOTO / FREDERICK FLORIN ORG XMIT: FFL3948
    Ban Ki-moon aparece durante sessão no Parlamento Europeu, na França

    Com o orgulho que os coreanos têm dele, como "presidente do mundo" e a falta, até o momento, de um rival forte, pesquisas de opinião mostram Ban como líder para as eleições do próximo ano.

    BASE

    Sua falta de base política, sua década de ausência da Coreia do Sul ao chefiar a ONU e sua idade (72 anos), no entanto, são potenciais suscetibilidades.

    "Nesses tempos, em que o mundo muda tão rápido e a forma de pensar das pessoas muda dramaticamente, vai ser fácil para ele entender a realidade aqui?", questionou Kim Chong-in, ex-líder do Partido Democrático da Coreia.

    Alguns diplomatas das Nações Unidas veem Ban como um líder fraco.

    "Ele não teve a habilidade de realmente direcionar a opinião internacional em nenhum dos grandes tópicos e ele tentou fazer seu trabalho como uma espécie de melhor amigo de cada Estado membro", disse um experiente diplomata da ONU, na condição de anonimato.

    "Você não pode fazer isso quando há uma posição moralmente certa e uma moralmente errada."

    Ban rejeita essa caracterização de que ele não é um líder forte, argumentando que ele se posicionou contrariamente a injustiças e violações de direitos humanos.

    "Há muitos estilos diferentes de liderança", ele já disse.

    Diplomata de carreira que serviu como ministro das Relações Exteriores de seu país entre 2004 e 2006, Ban nunca foi eleito para um cargo na Coreia. A expectativa é que, se ele concorrer à Presidência, ele se junte ao partido conservador da presidente Park Geun-hye.

    Um complicador para Ban apareceu nesta segunda (24), quando a presidente propôs uma mudança à Constituição para trocar o atual sistema, de apenas um mandato de cinco anos, para um que permita dois mandatos de quatro anos.

    Ban é o único potencial candidato à Presidência que aparece consistentemente com mais de 20% nas pesquisas de opinião.

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