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    Cinzas de mortos não devem ficar em casa ou na natureza, instrui Vaticano

    DA REUTERS

    25/10/2016 10h21

    A Igreja Católica prefere enterros a cremações e quer que as cinzas dos mortos sejam mantidas em "locais sagrados", e não em casa, divididas entre familiares ou lançadas na natureza, disse o Vaticano nesta terça-feira (25).

    Uma instrução de duas páginas com novas regras sobre a cremação também informou que há até casos em que um funeral cristão pode ser negado àqueles que solicitarem que as cinzas sejam espalhadas.

    Enrique Castro - 26.set.2016/AFP Photo
    Parishioners and friends show their respect to the urn with the ashes of Catholic priest Jose Alfredo Lopez in the Santisima Trinidad church in the Janamuato community, Michocan state, Mexico on September 26, 2016. The bullet-riddled body of a priest who had disappeared in western Mexico has been found, authorities said Sunday, making him the third cleric murdered this week in the country. Lopez, who had vanished on Monday from his parish house in Janamuato, a village in the troubled state of Michoacan, was found on Saturday night on a parcel of land.
    Urna com as cinzas do padre Jose Alfredo Lopez, que foi assassinado no México

    "A conservação das cinzas dos que se foram em uma residência doméstica não é permitida", diz a instrução do departamento de doutrina do Vaticano, exceto em "casos graves e excepcionais" a serem decididos pelo bispo local.

    A Igreja Católica proibiu cremações durante séculos porque a prática se chocava com os ensinamentos sobre a ressurreição do corpo no Julgamento Final.

    A instituição começou a permitir cremações em 1963, mas sempre com reservas.

    "A Igreja recomenda insistentemente que os corpos dos falecidos sejam enterrados em cemitérios ou outros locais sagrados", porque isso mostra dignidade e respeito pelo corpo humano, afirmou o documento, aprovado pelo papa Francisco.

    Caso se escolha a cremação, "as cinzas do fiel devem ser deixadas para repousar em um local sagrado, ou seja, um cemitério ou, em certos casos, em uma igreja ou área separada para este propósito", explicou o texto.

    "Não é permitido espalhar as cinzas do fiel que partiu no ar, na terra, no mar ou de outra maneira, nem podem elas ser preservadas em mementos, peças de joalheria ou outros objetos", diz o documento.

    A Igreja não poderia permitir ou ser conivente com atitudes como considerar a morte a "aniquilação definitiva da pessoa, ou o momento de fusão com a Mãe Natureza ou o universo, ou um estágio no ciclo da regeneração", acrescenta o texto.

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