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    Bombardeio a escola na Síria mata 35 e pode ser o pior da guerra civil, diz ONU

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    27/10/2016 08h37 - Atualizado às 11h25

    Uma série de ataques aéreos nos arredores de uma escola no vilarejo de Hass, na província síria de Idlib, deixou ao menos 35 mortos, incluindo 11 crianças e sete mulheres adultas, informou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede em Londres. O número de mortos pode aumentar, pois muitas há pessoas gravemente feridas.

    O bombardeio, realizado nesta quarta-feira (26) por forças leais ao regime do ditador Bashar al-Assad, pode ter sido o ataque mais letal contra uma escola nos mais de cinco anos de guerra na Síria, disse em comunicado Anthony Lake, diretor executivo do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).

    Omar haj kadour - 26.out.2016/AFP Photo
    A general view shows a damaged classroom at a school after it was hit in an air strike in the village of Hass, in the south of Syria's rebel-held Idlib province on October 26, 2016. / AFP PHOTO / Omar haj kadour
    Sala de aula destruída em bombardeio na província de Idlib, na Síria

    "Crianças perdidas para sempre por suas famílias... Professores perdidos para sempre por seus estudantes... Mais uma cicatriz no futuro da Síria", declarou Lake. "Isso é uma tragédia. É um ultraje. E se tiver sido premeditado, é um crime de guerra."

    Não é possível saber com precisão quem é responsável pelos ataques aéreos. As aviações da Síria e da Rússia realizam bombardeios na região, com apoio em solo do Exército sírio e de milícias libanesas e iranianas, contra grupos rebeldes apoiados por EUA, Arábia Saudita e Turquia.

    A chancelaria da Rússia disse nesta quinta (27) que o país não é responsável pelos bombardeios contra a escola.

    ALEPPO

    O ministério da Defesa da Rússia anunciou nesta quinta que aviões russos e sírios não sobrevoam a cidade de Aleppo, no norte da Síria, há nove dias. A parte oriental da cidade é um dos bastiões dos rebeldes sírios e, há meses, está cercada por tropas leais a Assad.

    Na semana passada, a Rússia anunciou que promoveria períodos de pausa nos bombardeios sobre a Aleppo para que civis e rebeldes pudessem sair dali. Os ataques sobre a cidade já deixaram centenas de civis mortos e destruíram hospitais, atraindo duras críticas de líderes ocidentais.

    Segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), as tréguas temporárias, encerradas no domingo (23), não foram suficientes para levar ajuda às áreas sitiadas e para retirar doentes e feridos.

    Em parceria com o regime sírio, a Rússia prepara uma ofensiva final para retomar Aleppo das mãos dos rebeldes.

    Nesta quarta, a proposta de Moscou de trasladar um porta-aviões para a costa da Síria criou atritos com a Otan (aliança militar ocidental). Suspeita-se que o navio oferecerá suporte na batalha por Aleppo, mas a Rússia nega que essa seja a intenção da manobra militar.

    A retomada de Aleppo, uma das maiores cidades da Síria, é considerada estratégica para enfraquecer a insurgência armada contra o regime de Assad.

    Iniciada em 2011, a guerra na Síria já deixou mais de 400 mil mortos e forçou milhões de pessoas a sair de suas casas.

    Editoria de arte/Folhapress
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