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    Parlamento da Venezuela amanhece sem luz antes de sessão sobre Maduro

    DE SÃO PAULO

    27/10/2016 11h15 - Atualizado às 11h42

    O presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Henry Ramos Allup, afirmou que foi cortado o fornecimento de energia nas instalações do Legislativo nesta quinta-feira (27), para quando se havia convocado uma sessão para discutir a responsabilidade do presidente Nicolás Maduro sobre a crise política no país.

    "Aviso: informo que cortaram a eletricidade no Palácio Federal Legislativo e no edifício administrativo da Assembleia Nacional", informou Allup por meio de sua conta no Twitter.

    Tuíte Allup

    Segundo Jesús Torrealba, secretário-executivo da coalizão opositora MUD (Musa da Unidade Democrática, uma das avenidas que dão acesso à sede da Assembleia Nacional foi fechada por policiais.

    Apesar da falta de energia e do bloqueio policial, o Legislativo pretende manter a sessão que discutirá o processo político contra Maduro. Além dos parlamentares, devem participar do debate organizações da sociedade civil, como sindicatos e agremiações.

    POCESSO CONTRA MADURO

    A Assembleia Nacional, controlada pela oposição, aprovou nesta terça-feira (25) iniciar um julgamento "político e penal" contra Maduro para determinar sua responsabilidade na "ruptura da ordem constitucional" após a suspensão da convocação de um referendo contra seu mandato.

    Segundo a Folha apurou, o governo brasileiro vê com reserva o movimento da oposição venezuelana, pois considera que o processo contra Maduro vai acirrar ainda mais os ânimos no país e tende a ter pouco resultado efetivo.

    Mesmo que o Legislativo declare a responsabilidade de Maduro, o mandatário só poderia ser deposto após decisão do Tribunal Supremo de Justiça, a mais alta corte do país, controlada pelo chavismo. Antes disso, o processo precisa passar por primeira avaliação no Conselho Moral Republicano –formado pelo procurador-geral, o controlador-geral e o defensor do povo, todos cargos ligados ao governo.

    Adversários do chavismo buscam, por meio da pressão no Parlamento, inflamar o descontentamento da população com o governo de Maduro. A Venezuela passa por uma grande recessão, que gera desabastecimento de produtos nos supermercados e a falência de serviços públicos.

    Nesta quarta-feira (26), protestos convocados pela oposição em diferentes partes do país deixaram centenas de feridos e presos, além de um policial morto no Estado de Miranda. Os manifestantes exigem a convocação imediata de um referendo sobre o mandato de Maduro.

    CRISE POLÍTICA

    A crise política na Venezuela se aprofundou desde que o CNE suspendeu, na semana passada, o processo de convocação de um referendo sobre o mandato de Maduro, que termina em 2019.

    O órgão eleitoral se baseou em decisões de tribunais penais de cinco Estados, que afirmaram ter encontrado fraudes em assinaturas coletadas pela oposição em maio, na primeira fase do processo.

    A oposição acusa o governo de manobrar para que a consulta seja realizada apenas em 2017. Se o referendo ocorrer depois de 10 de janeiro, e Maduro for derrotado nas urnas, assume o vice-presidente, o chavista Aristóbulo Istúriz.

    Mas, se a votação acontecer antes dessa data, novas eleições são convocadas em caso de derrota do presidente. Segundo o instituto Datanálisis, 60% votariam para destituir Maduro.

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