• Mundo

    Saturday, 04-May-2024 19:08:29 -03

    Turquia demite 10 mil servidores por relação com tentativa de golpe

    DA REUTERS

    30/10/2016 08h20

    O governo turco demitiu mais de 10 mil funcionários públicos por suspeita de conexão com o clérigo Fethullah Gulen, acusado por Ancara de orquestrar a tentativa de golpe de julho passado.

    Milhares de acadêmicos, professores e profissionais da área de saúde estão entre os demitidos. A decisão foi tomada via decreto emergencial, publicado no diário oficial do país na noite deste sábado (29). A medida suspende ainda a eleição de reitores nas universidades.

    Umit Bektas-29.out.2016/REUTERS
    Turkey's President Tayyip Erdogan attends a Republic Day ceremony at Anitkabir, the mausoleum of modern Turkey's founder Ataturk, to mark the republic's anniversary as he is flanked by Prime Minister Binali Yildirim (R) in Ankara, Turkey, October 29, 2016. REUTERS/Umit Bektas ORG XMIT: ANK05
    Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, participa de evento pelo Dia da República, em Ancara

    No mesmo dia, 15 veículos de imprensa, a maioria com base no sudeste do país, de forte presença curda, foram fechados.

    Em 15 de julho passado, uma facção dissidente das Forças Armadas tentou derrubar o governo conservador do presidente Recep Tayyip Erdogan. Ao menos 270 pessoas foram mortas em confrontos durante a tentativa de golpe.

    Em resposta, o presidente lançou um extenso expurgo em setores como Forças Armadas, educação, judiciário e imprensa que já levou a mais de 37 mil pessoas detidas e cerca de 100 mil servidores, incluindo juízes, promotores e policiais, demitidos ou suspensos. Mais de 160 veículos de imprensa foram fechados.

    O governo argumenta que a ação visa a retirar os apoiadores de Gulen do aparato estadual.

    Gulen, autoexilado nos EUA, afirma que ele e seu movimento sofrem uma "caça às bruxas", após terem sido enganados por Erdogan e um governo que hoje "parece com uma ditadura".

    A Turquia quer que os EUA extraditem o clérigo. Washington ainda não anunciou sua decisão sobre a extradição, mas não parece disposta a aceitar o pedido.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024