O comissário alemão na União Europeia Guenther Oettinger tentou minimizar neste domingo (30) a polêmica em que se envolveu após comentário sobre a aprovação do casamento gay no país e sobre chineses.
Em um discurso recente, Oettinger criticou a atual agenda política social alemã, listando assuntos como licença-maternidade, aposentadoria e auxílio creche. Em seguida, ele afirma que "talvez casamento gay compulsório" possa ser introduzido em breve à agenda, causando risos na plateia.
Em outro discurso, feito na semana passada a empresários em Hamburgo, Oettinger usou o termo "schlitzaugen", olhos puxados, para descrever pessoas da China e de outros países asiáticos.
"Foi um comentário descuidado que de nenhuma forma visava a ser desrespeitoso com a China", disse Oettinger ao jornal "Die Welt". O comissário não chegou a pedir desculpas.
"Você tem que ver o contexto mais amplo no qual eu fiz os comentários. Em meu discurso, eu queria alertar a Alemanha contra o excesso de autoconfiança."
A Federação Alemã de Lésbicas e Gays e políticos dos partidos Verde e Social Democrata criticaram duramente o comentário de Oettinger. Alguns pediram sua renúncia.
"Um comissário da UE precisa representar de forma convincente os valores europeus de não discriminação e não defender preconceitos racistas e homofóbicos", disse a porta-voz da federação Stefanie Schmidt.
O político do Partido Verde Volker Beck chamou Oettinger de "duende lunático" que tem medo dos gays e exigiu que ele peça desculpas.
A polêmica ocorre apenas alguns dias após o anúncio de que Oettinger vai assumir a pasta de Orçamento da Comissão Europeia, com a saída da atual responsável, a búlgara Kristalina Georgieva, que vai para o Banco Mundial.
Nessa posição, Oettinger será responsável pelas conversas sobre como gerenciar os recursos da UE após a saída do Reino Unido do bloco.