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    Investigação do FBI envolve 'filha' de Hillary e 'predador sexual'

    RAUL JUSTE LORES
    DE SÃO PAULO

    02/11/2016 02h00

    "Homem de meia-idade perpetuamente com tesão." Assim se definiu o ex-deputado democrata Anthony Weiner, 52, protagonista de escândalos sexuais em que mandou fotos íntimas a admiradoras pela internet.

    Uma investigação sobre o apelidado "predador sexual" conturbou a campanha da favorita para suceder Barack Obama na Casa Branca, Hillary Clinton. Weiner era casado até agosto com Huma Abedin, 40, chamada de "filha adotiva" por Hillary, e sua assessora pessoal há 20 anos.

    Na sexta (28), o FBI anunciou que uma apuração sobre e-mails entre os cônjuges pode estar ligada à investigação do uso de um servidor privado por Hillary enquanto era secretária de Estado —assunto que a candidata tenta enterrar, pela acusação de mandar material confidencial em e-mail pessoal, infringindo a lei. Não se sabe se o teor das mensagens a prejudica.

    Ambos têm fascinado os americanos muito antes da campanha. O ex-presidente Bill Clinton oficiou o casamento do casal. A muçulmana Huma, filha de indiano e paquistanesa que cresceu na Arábia Saudita, e o jovial político judeu de Nova York viraram dupla badalada na mídia.

    Mas, em 2011, numa paquera on-line com uma fã, ele acabou postando uma foto do pênis em uma rede social, quando queria enviá-la como mensagem privada. O caso virou sensação. Veio a renúncia de Weiner do cargo de deputado federal e a cara de arrependimento. Huma era vice-chefe de gabinete de Hillary no Departamento de Estado.

    O ex-deputado foi perdoado e era favorito para ser o novo prefeito de Nova York em 2013. Surge nova troca picante de mensagens com outra mulher e ele abandona a campanha. Huma continuou com ele —e com Hillary. No novo capítulo, Huma falou à imprensa que o tinha "perdoado" e que continuariam juntos. Outra conexão desconfortável para Hillary sobre perdão a infidelidades conjugais.

    Em agosto, repeteco: Weiner manda para outra mulher uma foto em close da cueca. Pior: o filho de quatro anos aparece adormecido ao lado dele na foto. A moça que recebeu a investida tem 15 anos.

    Agora a investigação do FBI sobre Weiner, por conta da menor envolvida, se entrelaça ao servidor de Hillary —reforçando a desconfiança e o secretismo que afetam a imagem da candidata. Por outro lado, o diretor do FBI, o republicano James Comey, foi acusado de querer interferir na campanha ao enviar um comunicado vago sobre a investigação ao Congresso.

    O comediante John Oliver, em seu popular programa na HBO resumiu o show: "Esta eleição infernal está em jogo agora porque Anthony Weiner mandou mensagens sexuais para uma menina de 15 anos. Não estamos só cavando até o fundo do poço, já chegamos ao coração da Terra!".

    Para o cientista político Robert Erikson, da Universidade Columbia, "os próximos dias devem ser decisivos para se medir o impacto dessa história toda nas pesquisas. Ninguém ainda sabe o que há naquele computador".

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