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    'Lucharemos por ustedes', diz vice de Hillary em discurso 100% em espanhol

    ISABEL FLECK
    ENVIADA ESPECIAL A PHOENIX

    03/11/2016 21h59 - Atualizado às 22h31

    Uma banda de mariachi só de mulheres recepcionava os apoiadores de Hillary Clinton que chegavam a um centro comunitário de Phoenix na tarde desta quinta-feira (3).

    Alguns poucos pediram um fone para tradução simultânea —seria um comício todo em espanhol, o primeiro da história da disputa presidencial a ser feito desta forma por um integrante das principais chapas, segundo a campanha democrata. A plateia de cerca de 200 pessoas era praticamente toda formada por latinos.

    "Mil gracias por su apoyo [Mil obrigados pelo seu apoio]", disse Tim Kaine, candidato a vice da chapa de Hillary, assim que subiu ao palco, a cinco dias das eleições, em 8 de novembro.

    Em quase 30 minutos de discurso, num espanhol fluente aprendido quando serviu como missionário católico em Honduras, na década de 1980, Kaine falou sobre a importância do voto latino e sobre como, com Hillary, "todos terão lugar neste país".

    "Lucharemos por ustedes. Los entendemos y estamos con ustedes. El país és mejor con ustedes [Lutaremos por vocês. Entendemos vocês e estamos com vocês. O país é melhor com vocês]", disse o democrata, lembrando que, em 2050, as comunidades "de color" representarão a maioria da população americana.

    "Os latinos ajudarão a construir o futuro dos EUA porque vocês são o futuro dos Estados Unidos. Somos todos americanos", afirmou.

    O discurso de Kaine se soma a um esforço democrata de tentar conquistar os votos do Arizona pela primeira vez numa eleição presidencial desde 1996, quando Bill Clinton venceu no Estado.

    A oportunidade para Hillary se deve justamente ao crescimento da população latina, que hoje representa 21% dos possíveis eleitores do Arizona.

    No dia anterior, Hillary fez um comício em Tempe, nos arredores de Phoenix, para 15 mil pessoas —numa ofensiva pouco comum dos democratas no Estado na reta final da disputa eleitoral.

    Até o início da semana, a ex-secretária de Estado aparecia em empate técnico com Trump nas pesquisas de intenção de voto no Arizona. Uma pesquisa CNN/ORC e outra NBC/Wall Street Journal, divulgadas na quarta (2), porém, mostram agora o republicano cinco pontos à frente.

    Kaine disse que Hillary vai acelerar o plano de reforma migratória em seus primeiros cem dias no governo, se for eleita, e repetiu as projeções assustadoras feitas pela democrata na noite anterior para um eventual governo Trump —especialmente para os latinos. "Donald Trump quer criar uma nação de deportação. Trump quer deportar quase 16 milhões de pessoas."

    Por fim, confrontou as opções que os eleitores têm até 8 de novembro: Hillary, que está "pronta" para ser presidente, segundo ele, ou Trump, que classificou de "estupradores e traficantes" os imigrantes mexicanos. "És un payaso (palhaço)", disse, sob aplausos.

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