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    Crescimento latino torna Arizona decisivo na reta final da eleição

    ISABEL FLECK
    ENVIADA ESPECIAL A PHOENIX (ARIZONA)

    04/11/2016 02h00

    Jewel Samad e Jeff Kowalski/AFP
    (COMBO) This combination of pictures created on November 03, 2016 shows US Democratic presidential nominee Hillary Clinton in Tempe, Arizona, on November 2, 2016 and US Republican Presidential nominee Donald Trump in Warren, Michigan on October 31, 2016. Just five days before the bitter presidential campaign comes to a head a new poll on November 3, 2016 showed a tightening race, with Hillary Clinton's edge over Donald Trump shrinking and few voters saying they remain undecided. The New York Times/CBS News poll showed the Democratic White House hopeful with 45 percent to her Republican rival's 42, a three-point lead that had diminished from the more comfortable nine-point margin she had weeks earlier. / AFP PHOTO / JEWEL SAMAD AND JEFF KOWALSKY
    Os candidatos à Presidência dos EUA, Hillary Clinton e Donald Trump, que disputam votos no Arizona

    A uma plateia de cerca de 200 latinos em Phoenix, no Arizona, Tim Kaine, candidato a vice pela chapa de Hillary Clinton, discursou em espanhol.

    A fala foi a primeira da história da disputa presidencial a ser feita dessa forma por um integrante das principais chapas, segundo a campanha democrata.

    O apelo ao eleitor latino, a cinco dias das eleições, tem explicação. Esta é a primeira vez, desde 1996, quando Bill Clinton venceu no Estado, que um democrata tem novamente a chance de ganhar os seus delegados no Colégio Eleitoral —que somam 11 neste ano. Antes de Bill, a outra vitória democrata havia sido em 1948, com Harry Truman.

    E grande parte dessa oportunidade democrata vem do crescimento latino —grupo no qual Hillary tem desempenho melhor— no Arizona. A minoria cresceu 6,3% no Estado desde as últimas eleições, em 2012. Na década de 1990, os hispânicos representavam 19% da população do Arizona, hoje somam 31%.

    Até o início da semana, as pesquisas mostravam um empate técnico entre Hillary e Trump no Estado. Diante da indefinição, o Arizona se viu cortejado pelas duas campanhas numa reta final da campanha —algo bastante incomum para seus eleitores.

    Hispânicos no Arizona

    Foram três grandes comícios em menos de 30 horas só na região de Phoenix: de Hillary Clinton na noite de quarta (2), de Kaine na quinta e do candidato a vice na chapa de Trump, Mike Pence, na manhã de quarta.

    "Pela primeira vez temos a real chance de tornar esse Estado azul de novo", disse Hillary a 15 mil pessoas no campus da Universidade Estadual do Arizona em Tempe, subúrbio de Phoenix.

    Um dos apelos da candidata, horas depois da divulgação de uma pesquisa CNN/ORC que mostrou Trump cinco pontos à frente no Estado, foi pelo voto antecipado.

    Segundo estimativas feitas até 1º de novembro, estas eleições já registravam 45% mais votos até esta data do que em 2012 no Estado. A parcela de votos latinos entre os antecipados dobrou em 2016, e a vantagem dos votos republicanos registrados nas urnas sobre os democratas nos dias anteriores às eleições diminuiu (de dez para seis pontos).

    Intenção de voto no Arizona

    Eleitores dos dois lados, contudo, têm explicações distintas para o Estado ter se tornado competitivo.

    Do lado republicano, há a crença de que o partido se dividiu demais nas primárias. "Demoramos um pouco mais neste ano para nos unirmos de novo em torno de um candidato", aposta a funcionária pública Jeni, 49, que foi ao comício de Pence na última quarta.

    Nas primárias do Estado, em março, Trump teve 250 mil votos —47,1% dos votos republicanos válidos. Hillary, por sua vez, conquistou 236 mil votos, mas que representam 57,6% dos democratas que foram às urnas.

    Para o lado democrata, além do crescimento de latinos e jovens, a explicação está na impopularidade dos políticos republicanos do Estado. Cerca de um terço da população do Arizona desaprova seu governador, Doug Ducey, segundo pesquisa de julho da Morning Consult. O senador Jeff Flake tem 41% de reprovação. O mais conhecido republicano do Estado, o também senador John McCain, por sua vez, não apoia Trump.

    "Além disso, Trump ofendeu quase todo mundo", afirma o médico Andrew March, 63, que foi ao comício de Hillary com a camiseta da campanha de Bill Clinton em 1996. "Fui a um comício de Bill naquela época. Quero ver ela vencer aqui 20 anos depois."

    Divisão da população

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