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    Com maré a favor, Trump foca propaganda em Estados-chave

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    DE NOVA YORK

    04/11/2016 21h20

    Spencer Platt/Getty Images/AFP
    Apoiadores esperam Donald Trump em comício em Hershey (Pensilvânia), nesta sexta-feira (4)
    Apoiadores esperam Donald Trump em comício em Hershey (Pensilvânia), nesta sexta-feira (4)

    A onda Trump é real. Embora a democrata Hillary Clinton se mantenha à frente, seu adversário candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, avança a passos largos.

    Na sexta (4), a diferença entre os dois era de apenas 1,6 ponto na média de pesquisas compilada pelo site Real Clear Politics. Há duas semanas, era de 7,1 pontos.

    A campanha de Trump despejou mais de US$ 3,5 milhões em propagandas em Flórida e Carolina do Norte, além de Ohio e Pensilvânia. Todos são Estados-chave na disputa com Hillary. As inserções na TV começaram nesta sexta-feira (4).

    Com mais estrutura, os democratas há meses já investem em anúncios locais. Na quarta, a equipe de Hillary lançou um vídeo de um futuro apocalíptico com o "presidente Trump": mais países com armas nucleares, tanques nas ruas para deportar milhões de imigrantes e bolsas de valores em queda livre.

    Os números do Real Clear, porém, são nacionais. Nos EUA, o que vale mesmo é quantos votos cada um consegue no Colégio Eleitoral.

    Nesse sistema, uma comissão estadual representa eleitores. Exemplo: Estado mais populoso, a Califórnia, onde a vitória de Hillary é dada como garantida, tem 55 dos 538 delegados que formam o Colégio (que não é um lugar físico, mas apenas o nome do processo). É eleito presidente quem tiver ao menos 270 delegados.

    Nessa matemática, Trump sempre saía perdendo, até porque democratas são favoritos em Estados com muito peso eleitoral, como Nova York e Califórnia, e mesmo bastiões republicanos, como o Texas, chegaram a se mostrar acirrados.

    O mapa ainda favorece Hillary, mas por pouco. Projeções da CNN sempre davam à democrata mais de 270 votos. Agora, ela só garantiria 268 deles, e Trump, 204. Nessa conta estão incluídos Estados cujo favoritismo por ela ou ele são considerados sólidos ou prováveis.

    Sobram 66 delegados, somados os seis Estados onde a disputa ainda é apertada: Arizona, Flórida, Nevada, New Hampshire, Carolina do Norte e Nebraska.

    O principal deles é a Flórida, com 29 delegados. Lá, pesquisas põem Hillary apenas um ponto na dianteira.

    Nebraska tem três votos e uma peculiaridade: assim como o Maine, ali não impera o sistema "winner takes all" (o vencedor leva tudo) –nos outros 48 Estados americanos, mesmo quem conquista só 50,1% dos votos locais fatura todos os seus delegados.

    Portanto, mesmo sem levar a maioria, ir bem em Nebraska pode assegurar um voto —e em 2016 isso pode fazer toda a diferença.

    Nos últimos dias, democratas têm disparado e-mails para incentivar eleitores a votar ir às urnas é opcional, e a votação antecipada mostrou que grupos historicamente favoráveis ao partido, como negros, estão desmobilizados.

    "Como podemos perder", dizia um e-mail assinado pela primeira-dama, Michelle Obama, e enviado a eleitores.

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