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    'Trio de ferro' que coleciona polêmicas sustenta candidatura Trump

    ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
    DE NOVA YORK

    06/11/2016 02h00

    Diga com quem Donald Trump anda e é possível imaginar como será a Casa Branca sob sua guarda, caso ele vença a eleição na terça (8). E os "três mosqueteiros" de sua campanha —como ele, homens brancos com retórica inflamada— são tidos como certos numa eventual administração sua. São eles o ex-prefeito de Nova York Rudy Giuliani, o governador de Nova Jersey, Chris Christie, e o ex-presidente da Câmara Newt Gingrich. Todos tentaram, em anos diferentes, virar o presidenciável republicano.

    O artigo "Estaria Rudy Giuliani perdendo a cabeça?", do site "Politico", descreve o ex-prefeito na convenção republicana, em julho: "Ele delirava como um sacerdote asteca oferecendo corações frescos aos deuses".

    Na campanha, Giuliani minimizou acusações de assédio contra Trump e brigou com Beyoncé e o movimento Black Lives Matter (acusou-os de incentivar a violência contra policiais). Linha-dura, tornou-se o "cão de guarda" por excelência de Trump.

    Newt Gingrich foi um dos arquitetos do pedido de impeachment do presidente Bill Clinton. Em 1995, a "Time" o elegeu Homem do Ano. Um ano antes, Gingrich ajudou a recuperar a maioria republicana após 40 anos de domínio democrata na Câmara.

    Enquanto perseguia Bill por escândalos sexuais, Gingrich tinha um caso com uma assessora, com quem depois casou. Chegou a propor casamento aberto à sua mulher na época, que tinha esclerose múltipla —também ex-amante.

    Com ela traiu sua primeira mulher, também doente. Sobre ela já disse: "Não é jovem ou bonita o bastante para ser mulher de um presidente. E tem câncer".

    Gingrich renunciou à presidência da Câmara em 1999 e, após dez mandatos, nunca mais voltou à Casa. Dois anos antes, seus pares o multaram por violações éticas, como dar um curso pago por uma entidade política. Reinventou-se como católico arrependido.

    "Meu irmãozinho quer conhecê-lo", disse a juíza Maryanne Trump Barry ao recém-empossado procurador-geral de Nova Jersey, 14 anos atrás. Assim Chris Christie, hoje governador do Estado, conheceu Donald Trump.

    Dono de cassinos no Estado, o empresário tinha interesse em se aproximar de Christie, que, por sua vez, tem afeição por frequentar a alta roda.

    "Donald e eu, assim como Melania e Pat [suas mulheres], somos amigos há mais de uma década", disse na convenção republicana. "Ele é um amigo leal."

    Em 2011, Trump fechou acordo para pagar US$ 5 milhões de dívidas de seus cassinos com o Estado —17% do que auditores calculavam. A boa relação com o governador foi vista como fator decisivo.

    Os dois rivalizaram nas prévias republicanas. Em fevereiro, desistiu da corrida e se aliou a Trump.

    Já foi cotado como chefe de gabinete num eventual governo do republicano. Pesa contra ele, porém, um escândalo que envolve o fechamento de uma ponte em Nova Jersey, para piorar o trânsito numa cidade comandada por um democrata, em 2013.

    OS MOSQUETEIROS DE TRUMP
    Quem são os principais apoiadores do bilionário dentro do Partido Republicano

    NEWT GINGRICH, 73
    * Ex-presidente da Câmara (1995-99); deputado republicano pela Geórgia por 30 anos
    * Em 2007, após virar católico, abriu a Gingrich Produções, que já lançou filmes religiosos e sobre Ronald Reagan
    * Esteve nas prévias republicanas em 2012, mas só somou 137 de 2.286 delegados

    CHRIS CHRISTIE, 54
    * Governador de Nova Jersey
    * Foi procurador e já processou o pai do marido de Ivanka, filha preferida de Trump –ele foi preso em 2005 por sonegar impostos e tentar chantagear seu cunhado ao gravá-lo fazendo sexo com uma prostituta
    * Pré-candidato em 2016, abandonou a corrida e foi o primeiro apoio de peso de Trump

    Jonathan Ernst/Reuters
    Former New York mayor Rudy Giuliani introduces Republican U.S. presidential nominee Donald Trump to deliver remarks at a campaign event in Gettysburg, Pennsylvania, U.S. October 22, 2016. REUTERS/Jonathan Ernst ORG XMIT: WAS912

    RUDY GIULIANI, 72
    * Três vezes prefeito de Nova York (1994-2001), instalou a política de tolerância zero contra criminosos
    * Fez carreira como promotor de Justiça, atacando o crime organizado e a corrupção
    * Pré-candidato nas prévias republicanas de 2008, com desempenho fraco

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