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    Mudança na demografia dos EUA enfraquece republicanos

    PATRÍCIA CAMPOS MELLO
    ENVIADA ESPECIAL À FLÓRIDA

    08/11/2016 02h00

    Isabel Fleck/Folhapress
    Phoenix/EUA - A estudante Cintia Montes, filha de mexicanos, usa camiseta "Adios Arpaio", em referência ao xerife Joe Arpaio, responsável pelo condado de Maricopa, onde fica Phoenix. Montes estava em comício da candidata Hillary Clinton em Tempe, nos arredores de Phoenix, no dia 02/11 Foto:Isabel Fleck/Folhapress
    A estudante Cintia Montes, filha de mexicanos, usa camiseta contra xerife que apoia Trump

    A mudança na demografia dos Estados Unidos é a maior vulnerabilidade do Partido Republicano.

    Tradicionalmente, os republicanos têm mais votos entre o eleitorado branco —69% dos votantes—, e os democratas, entre as minorias.

    Mas o percentual de eleitores não brancos avança rapidamente. Segundo projeções do Pew Research, os brancos serão minoria da população em 2065 —serão 46% (hoje são 62%), enquanto hispânicos serão 24% (dos atuais 18%), asiáticos serão 14% (hoje são 6%) e negros, 13% (dos atuais 12%).

    Voto hispânico nas eleições presidenciais - Em %

    O crescimento do número de eleitores brancos é mais lento do que o de eleitores das minorias, porque eles passam por um processo mais acelerado de envelhecimento.

    O último republicano a ter bom desempenho entre eleitores hispânicos foi George W. Bush, que apoiava a reforma da imigração e propunha um "conservadorismo compassivo". Bush teve 40% do voto hispânico em 2004.

    O republicano Mitt Romney, que perdeu de Obama em 2012, ficou famoso por dizer que os hispânicos deveriam se "autodeportar" (possivelmente não os guatemaltecos ilegais que ele empregava para cortar a grama de sua casa). Romney teve apenas 27% do voto latino.

    Voto hispânico nas eleições presidenciais - Em %

    Após a derrota em 2012, o comitê nacional republicano publicou um relatório no qual advertia para a urgência de conquistar as minorias.

    "Precisamos conquistar hispânicos, negros, asiáticos e gays e demonstrar que nos importamos com eles", dizia o relatório, que pregava o apoio a uma reforma abrangente da lei de imigração. "Senão o apelo de nosso partido vai continuar encolhendo, restrito a nossa base."

    "O crescimento da população hispânica é péssima notícia para o Partido Republicano", diz Bernard Fraga, professor de ciência política na Universidade de Indiana.

    "A estratégia dos republicanos de mirar o eleitor branco e que se opõe à imigração funcionará por, no máximo, mais duas eleições. Se continuarem a alienar o eleitor hispânico, ficarão sem trajetória no colégio eleitoral para chegar à Presidência."

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